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Abel Augusto Gomes de Abreu

000022
191
Data aproximada da primeira prisão
1933/1934

Referenciado somente como «bombista» no Livro 1 do Registo Geral de Presos [ANTT, RGP/191], tendo dado entrada no Aljube em 4 de Dezembro de 1934, o percurso político de Abel Augusto Gomes de Abreu começou antes: foi preso, pela primeira vez, em 24 de Abril de 1932, na sequência de intervenção política do Partido Comunista, partido onde militava ativamente.

Filho de Maria de Oliveira Gomes e de Manuel Maria Gomes de Abreu, Abel Augusto Gomes de Abreu nasceu em 24 de Junho de 1889, em Lisboa. 

Gráfico da Casa da Moeda, a viver na Rua do Sacramento, 74, seria o filiado 150 da Célula 19 do Comité de Zona 1 do Partido Comunista, com o pseudónimo «Vasconcelos», trabalhando com Álvaro Augusto Ferreira, António Franco Trindade, Eleutério Lopes Grosso e Jaime da Fonseca e Sousa. 

Segundo transcrição do Cadastro elaborado pela Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, era «um elemento perigosíssimo, duma actividade extraordinária tanto na parte organizadora como na parte revolucionária».

Em 24 de Abril de 1932, foi preso na Serra de Monsanto quando «assistia à demonstração de lançamento de bombas, onde se encontrava recebendo lições para aquele fim». 

Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 20 de Outubro de 1934, foi «acusado de, em 1932, por diversas vezes, ter tomado parte no fabrico, transporte, detenção e uso, para experiência, de bombas explosivas», sendo condenado, para além da prisão preventiva entretanto sofrida, a dez anos de degredo «numa das Colónias».

Interpôs recurso e em novo julgamento, realizado em 3 de Novembro de 1934, a pena foi alterada para dois anos de prisão correcional, cumprida em parte com a prisão preventiva, e «dois anos de multa, à razão de três escudos diários».

Enviado para o Aljube em 4 de Dezembro de 1934 e transferido para a Fortaleza de Peniche em 9, foi libertado em 4 de Fevereiro de 1935.

[Abel Augusto Gomes de Abreu || ANTT || RGP/191 || PT-TT-PIDE-E-10-1-191]

Novamente preso em 5 de Março de 1937 e levado para uma esquadra incomunicável, por «suspeita de manter ligações com os seus antigos colegas da Casa da Moeda, para fins de organização comunista», foi libertado em 2 de Abril por estar «afastado de todos os assuntos de carácter político-social». 

Preso, pela última vez, em 17 de Fevereiro de 1944, foi absolvido pelo Tribunal Militar Especial de 15 de Março.

O seu nome consta do Memorial dos Presos Políticos de Peniche, inaugurado em 25 de Abril de 2017.

Fontes:

ANTT, Cadastro Político 5268 [Abel Augusto Gomes de Abreu / [PT-TT-PIDE-E-001-CX05_m0007, m0007a].

ANTT, Registo Geral de Presos 191 [Abel Augusto Gomes de Abreu / PT-TT-PIDE-E-10-1-191].

[João Esteves]