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Os que ficaram pelo caminho

Nesta página pode aceder aos nomes de quantos, já devidamente identificados, ficaram pelo caminho, mortos em manifestações e protestos, sob tortura, nas cadeias, nos campos de concentração e como resultado direto dos maus-tratos sofridos à mão das várias polícias do fascismo.

A todos quantos possuam elementos que possam ajudar a aprofundar estes dados, muito agradecemoa que nos informem.

Abílio Augusto Belchior

Data da morte:

Marmorista, Abílio Augusto Belchior foi preso por fazer parte da Confederação Geral do Trabalho e acusado de participar em atentados. Condenado a degredo, com prisão, foi enviado para a Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo, e integrou a primeira leva de presos que seguiu para o Campo de Concentração do Tarrafal, onde faleceu a 23 de outubro de 1937, com 39 anos de idade.

Abílio Marques ou Abílio Sousa Marques

Data da morte:

Encadernador. Preso pela PVDE em 07-08-1936, faleceu com 26 anos, no dia 1 de janeiro de 1937, no Hospital Curry Cabral, após passar pelo Hospital de S. José, vindo da “enfermaria provisória” do Aljube.

Adalberto Gastão de Sousa Dias

Data da morte:

Derrotado a Revolta da Madeira, o general Sousa Dias foi demitido, sem qualquer pensão, direitos e honras, novamente preso e deportado para Cabo Verde e internado no Campo de Concentração de São Nicolau, tendo sido depois transferido para a ilha de Santo Antão e, por último, para a de São Vicente, onde morreu, no Mindelo, em 27 de abril de 1934, com 69 anos de idade.

Adelino Marques de Andrade

Data da morte:

Comerciante, é entregue à PVDE pelo Comando Distrital da PSP de Santarém, dando entrada no Presídio Militar dessa cidade em 19 de outubro de 1936. Transferido para Lisboa em 12 de janeiro de 1937, recolhe à 1.ª Esquadra. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 18 de janeiro de 1937, é condenado na pena de 33 meses de prisão correccional . É transferido para o Comando Militar de Peniche e depois para a cadeia do Aljube em 25 de abril de 1938 - nesse mesmo dia, baixa ao Hospital de S. José, vindo a falecer no Hospital de D. Estefânia no dia 21 de julho de 1938.

Afonso de Moura

Data da morte:

Cerâmico de profissão e escultor e militante anarquista, foi deportado, a 06-06-1931 para o Campo de Concentral de S. Nicolau, em Cabo Verde. Vítima das deficientes condições de higiene e salubridade e atingido por elevadas febres, viria a morrer, seis meses após ter chegado, a 7 de dezembro de 1931, 

Agostinho da Silva Fineza

Data da morte:

Operário tipógrafo, aderiu ao PCP e integrou o Comité Regional da Madeira.
Deslocado para o Continente, integrou o seu sector profissional e a Organização da Cidade de Lisboa, mas continuou em contacto com a estrutura partidária da Madeira. Após diversas prisões, foi assassinado a tiro pela PSP nas manifestações do 1.º de Maio de 1963 em Lisboa.

Alberto de Almeida

Data da morte:

Natural de Viseu, pintor, antigo empregado da Câmara Municipal de Lisboa, foi preso a 26 de agosto de 1931, acusado de participação na Revolta dessa data contra a Ditadura Militar. Deportado para Timor, é levado para o campo de concentração de Ataúro, onde terá enlouquecido e morrerá de uma biliosa na lancha em que o transportavam, no dia 8 de janeiro de 1932, para o hospital de Dili, com 25 anos de idade.

Alberto Sernadas

Data da morte:

Com a profissão de vendedor de jornais, foi preso a 1 de julho de 1937 no Porto, acusado com outros camaradas seus de incitarem à greve os vendedores de jornais.
Segundo a PVDE, "a prova testemunhal" afirmava que "o arguido disse bem alto que não levantava os jornais, incitando com a sua atitude os restantes vendedores que também os não levantaram."
Alberto Sernadas baixou ao Hospital Geral de Santo António, no Porto, em 14 de outubro de 1937, aí falecendo no dia seguinte, com  a idade de 49 anos, em consequência dos maus tratos e tortura sofridos na polícia política.

Albina Fernandes

Data da morte:

Albina Fernandes foi uma combatente da Resistência francesa e uma militante ativa no Partido Comunista Português, lutou na clandestinidade, foi presa, sofreu seis anos de prisão, foi libertada, lutou corajosamente pela libertação do seu marido e contudo não conseguiu resistir às torturas que sofreu e que lhe causaram perturbações graves no sistema nervoso. Com o seu sistema nervoso extremamente debilitado pelos anos de prisão, em que lhe foi negada assistência, não resistiu à angústia de uma vida constantemente adiada e suicidou-se no dia 2 de outubro de 1970.

Albino António de Oliveira de Carvalho

Data da morte:

Albino António de Oliveira de Carvalho, comerciante, passou mais de 40 anos a caminho da cadeia, sendo várias vezes preso durante a Monarquia, I República, Ditadura Militar e Estado Novo. Conheceu diversas esquadras, a Penitenciária de Lisboa, o Aljube, Peniche e Caxias. Esteve deportado em Angola e faleceu, em 22 de outubro de 1941, com 56 anos de idade, no Campo de Concentração do Tarrafal, para onde fora enviado em 1939.

Albino Coelho Júnior

Data da morte:

Motorista, preso pela primeira vez em 09-12-1936, conhece várias outras prisões e a violência do "segredo" da Cadeia do Aljube, sendo depois deportado para o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, onde virá a morrer em 11 de agosto de 1940, com a idade de 43 anos.

Alexandre Rodrigues Morgado

Data da morte:

Trabalhador rural, foi preso pela PVDE em 22-07-1936 "por criticar os acontecimentos da Espanha". Preso de de novo em 29-06-1938, "para averiguações", recolheu incomunicável a uma esquadra e, no dia seguinte, foi transferido para a Cadeia do Aljube, baixando de imediato à respetiva enfermaria, de que teve alta em 07-12-1938, data em que foi levado para o Hospital de S. José, onde faleceu, vítima da violência policial, no dia 7 de janeiro de 1939, com 53 anos de idade.

Alfredo Assunção Diniz

Data da morte:

Operário traçador naval e membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, 28 anos, assassinado a tiro por agentes da PVDE numa estrada em Bucelas, na manhã de 4 de julho de 1945, quando se dirigia de bicicleta para um encontro clandestino. 

Alfredo Caldeira

Data da morte:

Pintor decorador e dirigente do PCP, 30 anos, morreu no Campo de Concentração do Tarrafal de uma biliosa, após longo sofrimento por falta de assistência médica, recusa de entrega de medicamentos e quando já terminara, há quase três anos, a pena a que fora condenado.

Alfredo Dias Lima

Data da morte:

Assalariado rural e recém militante do PCP, foi assassinado com um tiro no ventre por uma praça da GNR durante as reivindicações de aumento do salário diário na "praça de jorna" de Alpiarça, vindo a falecer no Hospital de Santarém a 4 de junho de 1950, com 19 anos de idade.

Alfredo Ruas ou José Ruas Ferreira

Data da morte:

Padeiro, de 24 anos, morreu no Hospital de S. José na sequência dos ferimentos que recebeu nos confrontos com a polícia no decurso do comício-relâmpago organizado no dia 4 de setembro de 1932 pela Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas no Largo de Alcântara, em Lisboa,

Amadeu Ferreira Piedade

Data da morte:

Funcionário da Administração Geral do Porto de Lisboa, morre com a idade de 53 anos no Asilo Psiquiátrico Miguel Bombarda, para onde fora transferido, em 17 de janeiro de 1947, da Cadeia de Caxias, onde terá estado preso cerca de 6 anos.

Américo Gomes

Data da morte:

Ajudante de caldeireiro e militante das Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas, foi preso, pela primeira vez, em 26 de Setembro de 1932, por suspeita de ter participado na manifestação e um comício-relâmpago organizado  no Largo de Alcântara. Preso pela PSP em 20 de Janeiro de 1933, foi julgado pelo TME um ano depois, sendo condenado na pena de 600 dias de prisão correccional.  Faleceu em 16 de Março de 1934, na Penitenciária de Lisboa, depois de 14 meses de cativeiro, com 22 anos de idade.. 

Américo Lourenço Nunes

Amílcar Lopes Cabral

Data da morte:

Amílcar Cabral foi assassinado em Conacri quando regressava a casa. Os que o mataram, designadamente Inocêncio Kani, eram elementos do próprio PAIGC, que se tinham posicionado contra a direcção do Partido por influência de elementos infiltrados, manobrados pelos colonialistas e, em especial, pela PIDE.

Antenor da Costa Cruz

Data da morte:

Comerciante e industrial de bordados, após ter sido mais uma vez preso "para averiguações sobre actividades subversivas", tendo recolhido aos calabouços da cidade do Funchal, morre no Hospital da Misericórdia do Funchal, com 48 anos.

António Albino

Data da morte:

Motorista, Preso a 26 de maio de 1933, baixou ao Hospital de S. José em 15 de outubro. Um ano depois da sua prisão, a 7 de maio de 1934, foi condenado em Tribunal Militar Especial na pena de "três anos de desterro em local à escolha do Governo". Em 24 de outubro de 1935, com 50 anos de idade, faleceu no Hospital de S. José, obviamente sem indicação das causas.

António Augusto Dias Antunes

Data da morte:
1940

O coronel António Augusto Dias Antunes foi o principal responsável da revolta militar de 26 de agosto de 1931, tendo sido demitido e deportado para Timor no navio "Pedro Gomes" que transportava 358 presos, 271 civis e 87 militares, que foram foram distribuídos por dois campos de concentração, um na ilha de Ataúro e outro no enclave de Oecussi-Ambeno.
Após grandes dificuldades, permaneceu naquela colónia, onde acabou por morrer em 1940.

António Augusto Duque

Data da morte:

Jornaleiro, 46 anos, preso pela PVDE em Vilarinho de Castanheira, em 26-10-1938, por "tentativa de alteração da ordem públuca", chega à Cadeia Civil de Bragança em 7 de novembro, baixando ao Hospital da Misericórdia dia 28, falecendo dois dias depois.

António Carlos de Carvalho Ferreira Soares

Data da morte:

Médico e militante comunista, forçado à semiclandestinidade, escondeu-se em casa da irmã em Nogueira da Regedoura, Santa Maria da Feira, onde uma brigada da PVDE lhe organizou uma cilada e o assassinou no dia 4 de julho de 1942, com 39 anos.