Nasceu em Silves, em 12 de janeiro de 1907, filho de Guilhermina de Jesus e de Manuel Teodoro.
Corticeiro, a residir e a trabalhar em Silves, interveio nas lutas políticas e sindicais enquanto militante comunista. Integrou o grupo dos comunistas responsável pela organização, em Silves, da Greve Geral de 18 de janeiro de 1934 e, por isso, foi preso e entregue pelo Comando da Polícia de Faro à PVDE, em 4 de março, acusado de comprar, em Monchique, dinamite para o fabrico de bombas de rastilho a utilizar naquele movimento.
Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 14 de maio, foi condenado em dez anos de degredo, com prisão, e multa de vinte mil escudos, ficando à disposição do Governo. Submetido, em 30 de maio, a novo julgamento, em audiência de recurso, viu ser confirmada a pena que lhe fora aplicada.
Embarcou para Angra do Heroísmo, no vapor “Carvalho Araújo”, em 23 de setembro de 1936 e, em 23 de outubro seguiu, para Cabo Verde, com destino ao Campo de Concentração do Tarrafal.
Permaneceu no Tarrafal mais de nove anos e, abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 35 041, de 18 de Outubro de 1945, regressou a Lisboa, no navio “Guiné”, em 1 de fevereiro de 1946, saindo em liberdade.
Ligado ao Partido Comunista Português, voltou à atividade política, radicando-se na Margem Sul. Procurado pela PVDE por ser considerado “delinquente de difícil correção”, seria preso no Montijo e entregue pela respetiva Câmara Municipal em 10 de outubro de 1947.
Levado para a Cadeia do Aljube, passou, no dia seguinte, para as Cadeias Civis Centrais de Lisboa, a fim de ser sujeito à medida de segurança que lhe foi imposta. Por proposta do Diretor do Forte de Peniche, o Tribunal de Execução das Penas, por sentença de 8 de julho de 1949, concedeu-lhe a liberdade condicional por quatro anos, desde que, entre outras condições, ficasse a residir em Silves e sob a vigilância da PIDE, devendo, ainda, apresentar-se todos os meses ao Delegado do Procurador da República em Silves. Libertado de Peniche em 11 de julho de 1949, obteve a liberdade definitiva em 17 de julho de 1953. Quer em Silves, quer na zona da Cova da Piedade, retomou alguns dos seus antigos contatos políticos. Permaneceu cerca de 14 anos preso, doze dos quais de forma consecutiva.
António Teodoro
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Data da primeira prisão