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Armindo Fausto de Figueiredo

Armindo Fausto de Figueiredo
ou Armindo Fausto Cardoso de Figueiredo
187
Data da primeira prisão

Nasceu no Bonfim, Porto, talvez em 1911, filho de Rosalina de Matos Figueiredo e de Eduardo de Figueiredo.
Terá estado envolvido na jornada de luta preparada pelo Partido Comunista para o dia 29 de fevereiro de 1932, a qual acabou por não se realizar devido à prisão dalguns dos implicados.
Preso em 9 de junho, à ordem da Secção de Vigilância Política e Social da Polícia Internacional, quando era o soldado 309/32373 da 3.ª Secção da 3.ª Companhia de Trem Hipomóvel, acusado de integrar a organização comunista da sua Unidade. Em 11 de Agosto, por parecer do Director Geral da Segurança Pública e concordância do Ministro do Interior, foi-lhe "fixada residência obrigatória em Timor ou em Cabo Verde". Enviado para o Aljube em 22 de novembro de 1934 e transferido para Peniche em 19 de dezembro, aqui permaneceu até 20 de março de 1935, data em que regressou àquela prisão para embarcar no vapor Carvalho de Araújo com destino à Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo. Em julho de 1935, requereu ao Ministro do Interior a sua libertação, "em virtude de haver terminado a pena a que havia sido condenado". Em 12 de Agosto, entrou na Secção Política e Social da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, "vindo do Comando Militar dos Açores, um requerimento do epigrafado, em que este continua a insistir pela sua libertação", tendo sido respondido "que o epigrafado, por sentença do Tribunal, deve ser entregue ao Governo depois de cumprida a pena, não havendo qualquer vantagem para o Estado no seu regresso".
Por despacho do Ministro do Interior, de 16 de Agosto de 1935, foi indeferida a sua libertação, continuando em Angra do Heroísmo. Mesmo quando o Tribunal Militar Especial de Lisboa pediu que Armindo Fausto de Figueiredo fosse transferido para a capital, a fim de ser submetido a novo julgamento, a PVDE continuou a dar "parecer desfavorável" quanto a essa pretensão. Julgado, em 31 de julho de 1936, pelo Tribunal Militar Especial reunido em Angra do Heroísmo e acusado dos acontecimentos reportados a 1932, seria condenado em seis meses de prisão correccional, dada por expiada com a prisão sofrida, e na perda dos direitos políticos por cinco anos.
Continuou sem ser libertado, apesar do telegrama, de 4 de agosto de 1936, enviado dos Açores pelo Presidente do Tribunal à PVDE, mandando "por o epigrafado em liberdade, em virtude de haver terminado a pena". A resposta da SPS da PVDE foi que "no caso de ser determinado o regresso, no que não há qualquer vantagem, fica à ordem do Governo em cumprimento da sentença do TME de 1933". Uma semana depois, em 11 de agosto, a PVDE recebeu o mandado de soltura datado de 1 de Agosto e emanado pelo TME em Angra do Heroísmo, "ao qual não foi dado cumprimento em virtude de o epigrafado estar à ordem do Governo conforme determina a sentença lavrada pelo Tribunal em sua sessão de 15-7-933". Seguiu, em 23 de outubro de 1936, para o Tarrafal, de onde só regressou em 1 de outubro de 1944. Enviado para Caxias, seria libertado no dia 9 do mesmo mês. Condenado, primeiro, a dois anos e, depois, a mais seis meses, esteve mais de doze anos preso, sendo que cerca de dez foi por intervenção direta da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado - PVDE, sobrepondo-se ao TME. Preso enquanto Soldado, havendo três fotografias suas fardado, na Ficha do Registo Geral de Presos aparece já identificado como empregado do comércio, provavelmente a profissão que exerceria anteriormente.