Nasceu no Bonfim, Porto, talvez em 1911, filho de Rosalina de Matos Figueiredo e de Eduardo de Figueiredo.
Terá estado envolvido na jornada de luta preparada pelo Partido Comunista para o dia 29 de fevereiro de 1932, a qual acabou por não se realizar devido à prisão dalguns dos implicados.
Preso em 9 de junho, à ordem da Secção de Vigilância Política e Social da Polícia Internacional, quando era o soldado 309/32373 da 3.ª Secção da 3.ª Companhia de Trem Hipomóvel, acusado de integrar a organização comunista da sua Unidade. Em 11 de Agosto, por parecer do Director Geral da Segurança Pública e concordância do Ministro do Interior, foi-lhe "fixada residência obrigatória em Timor ou em Cabo Verde". Enviado para o Aljube em 22 de novembro de 1934 e transferido para Peniche em 19 de dezembro, aqui permaneceu até 20 de março de 1935, data em que regressou àquela prisão para embarcar no vapor Carvalho de Araújo com destino à Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo. Em julho de 1935, requereu ao Ministro do Interior a sua libertação, "em virtude de haver terminado a pena a que havia sido condenado". Em 12 de Agosto, entrou na Secção Política e Social da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, "vindo do Comando Militar dos Açores, um requerimento do epigrafado, em que este continua a insistir pela sua libertação", tendo sido respondido "que o epigrafado, por sentença do Tribunal, deve ser entregue ao Governo depois de cumprida a pena, não havendo qualquer vantagem para o Estado no seu regresso".
Por despacho do Ministro do Interior, de 16 de Agosto de 1935, foi indeferida a sua libertação, continuando em Angra do Heroísmo. Mesmo quando o Tribunal Militar Especial de Lisboa pediu que Armindo Fausto de Figueiredo fosse transferido para a capital, a fim de ser submetido a novo julgamento, a PVDE continuou a dar "parecer desfavorável" quanto a essa pretensão. Julgado, em 31 de julho de 1936, pelo Tribunal Militar Especial reunido em Angra do Heroísmo e acusado dos acontecimentos reportados a 1932, seria condenado em seis meses de prisão correccional, dada por expiada com a prisão sofrida, e na perda dos direitos políticos por cinco anos.
Continuou sem ser libertado, apesar do telegrama, de 4 de agosto de 1936, enviado dos Açores pelo Presidente do Tribunal à PVDE, mandando "por o epigrafado em liberdade, em virtude de haver terminado a pena". A resposta da SPS da PVDE foi que "no caso de ser determinado o regresso, no que não há qualquer vantagem, fica à ordem do Governo em cumprimento da sentença do TME de 1933". Uma semana depois, em 11 de agosto, a PVDE recebeu o mandado de soltura datado de 1 de Agosto e emanado pelo TME em Angra do Heroísmo, "ao qual não foi dado cumprimento em virtude de o epigrafado estar à ordem do Governo conforme determina a sentença lavrada pelo Tribunal em sua sessão de 15-7-933". Seguiu, em 23 de outubro de 1936, para o Tarrafal, de onde só regressou em 1 de outubro de 1944. Enviado para Caxias, seria libertado no dia 9 do mesmo mês. Condenado, primeiro, a dois anos e, depois, a mais seis meses, esteve mais de doze anos preso, sendo que cerca de dez foi por intervenção direta da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado - PVDE, sobrepondo-se ao TME. Preso enquanto Soldado, havendo três fotografias suas fardado, na Ficha do Registo Geral de Presos aparece já identificado como empregado do comércio, provavelmente a profissão que exerceria anteriormente.
Armindo Fausto de Figueiredo
ou Armindo Fausto Cardoso de Figueiredo
187
Data da primeira prisão