Nasceu na aldeia de Chas (Oimbra), Orense, Espanha, em 16 de maio de 1912, filho de Rosa Garcia Alvarez e de Primitivo García Justo.
Lavrador, fugido, desde 1937, do Forte de San Cristóbal de Pamplona, onde já estava preso há dois anos, refugiou-se em Cambedo da Raia, Chaves, onde a sua irmã Manuela se casara com Manuel Bárcea.
Vivia da agricultura, deslocava-se de quando em quando, durante a noite, a Chas, onde vivia a mulher, e depois de quase uma década de integração na vida social e económica local, aderiu, em 1946, à guerrilha galega antifranquista.
Envolvido nos acontecimentos ocorridos em 20 de dezembro de 1946, quando a aldeia de Cambedo da Raia, Chaves, ficou cercada e atacada pela Guarda Civil Espanhola, Guarda Nacional Republicana, Guarda Fiscal e elementos da PIDE, rendeu-se depois da resistência inicial.
Torturado em Chaves e entregue, em 22 de dezembro, à Delegação do Porto da PIDE, continuou a ser regularmente seviciado.
Julgado, em 12 de dezembro de 1947, pelo Tribunal Militar Territorial daquela cidade, foi condenado em dez anos de prisão maior celular, seguidos de doze de degredo ou, em alternativa, em vinte e oito anos de degredo.
Dos 63 presos indiciados no processo da PIDE 917/46 - 55 portugueses e 8 galegos -, foi o que apanhou a pena mais pesada e um dos dois, com José Pinheiro Barbosa, a ser enviado para o Campo de Concentração do Tarrafal. Entrou, em 19 de dezembro, na Cadeia Civil do Porto e, em 11 de junho de 1948, seguiu para Cabo Verde, ido da Penitenciária de Lisboa.
Regressou, posteriormente, a esta cadeia, de onde foi libertado em 19 de fevereiro de 1965, ao fim de dezanove anos de encarceramento por motivos políticos.
Exilou-se em França, primeiro em Paris e, depois, trabalhou como estivador em Bordéus. Faleceu em julho de 1990, sem nunca ter retornado à Galiza. A família também acabaria por conhecer a prisão: o pai, igualmente torturado, a irmã Celsa, a irmã Manuela, cujo filho, de apenas um ano, morreria durante o cativeiro, e o cunhado Manuel Bárcea.