Em abril de 1931, a Ditadura Militar sofreu a Revolta da Madeira, que se estendeu aos Açores e à Guiné. No continente, cresceu a agitação estudantil, com greves e manifestações em Lisboa e no Porto.
No sábado, dia 25 de abril de 1931, os estudantes de Medicina de Lisboa declararam greve. Na 3.ª feira, dia 28, a Faculdade de Medicina, então instalada no Campo dos Mártires da Pátria (no edifício da atual Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa), foi cercada por forças de cavalaria da GNR e por uma força da PSP para "proteger" os fura-greves, mas os estudantes resistiram, içando bandeiras vermelhas, "acompanhando o acto de gritos subversivos". Perante a recusa do diretor da Faculdade, Egas Moniz, em abrir as portas às forças repressivas, estas fizeram abrir o portão e entraram, carregando sobre os estudantes.
Também no Porto se registaram greves e manifestações, designadamente no Instituto Superior do Comércio, em que, pelas 15 horas, foi hasteada uma bandeira vermelha, e no Instituto Industrial e Comercial.
Dando continuidade à greve decretada, os estudantes reuniram-se, no dia 28 de abril de 1931, numa das salas do 3.º andar da Escola Médica do Porto, sala que foi invadida por forças da PSP que os espancaram e perseguiram, encurralando-os, designadamente, num varandim, que abateu, provocando feridos, "sendo três de gravidade" – a nota oficiosa do Governador Civil do Porto é explícita: "Na ocasião em que saiam um pouco tumultuariamente, descendo uma escada em obras (...), como se tivessem encostado ao corrimão, que cedeu, caíram de grande altura" (do 3.º andar para o rés-do-chão).
O estudante João Martins Branco, aluno do Instituto Comercial e Industrial do Porto, foi assassinado dessa forma no dia 28 de abril, provocando a sua morte a maior indignação em toda a cidade, o que está bem expresso nas imagens do seu funeral, que decorreu no dia 30 de abril de 1931.
Também em Madrid, a Federação Universitária Escolar organizou uma manifestação de protesto contra a ditadura portuguesa, desfilando os estudantes desde a Praça Colón até à embaixada portuguesa.
As impressionantes imagens do funeral foram recolhidas, com o devido agradecimento, no Álbum em memória de João Martins Branco, organizado por Paulo Barrosa, seu sobrinho.