banner

 

José de Almeida

José de Almeida
127
Data da primeira prisão

Filho de Maria da Conceição Teixeira e de José de Almeida, nasceu na freguesia de S. Bartolomeu, Coimbra, a 24-07-1893
Com a profissão de sapateiro, foi um influente ativista anarquista, libertário e anarcossindicalista de Coimbra desde o início da década de 1910, tendo, ainda, tido uma passagem pelo Partido Comunista daquela cidade. 
Integrou os grupos Comunista-Anarquista de Coimbra (1912-1913), Juventude Anarquista (1913), Juventude Libertária (1914), A Revolta (1914) e Os Rebeldes (1923). Foi Delegado ao II Congresso Operário Nacional realizado em Coimbra, em 13, 14 e 15 de setembro de 1919, e que deu origem à criação da Confederação Geral do Trabalho. 
Na sua morada de sempre funcionou a redação e administração de vários jornais de orientação anarquista, como O Rebelde (1913), "quinzenário comunista-anarquista", A Revolta (1914-1915), "quinzenário comunista-anarquista" e Luz ao Povo (1920-1921), "folha operária comunista-anarquista". 
No início dos anos 30, talvez em 1931, ter-se-á ligado ao Socorro Vermelho Internacional e ao Partido Comunista, por influência de José Augusto Frutuoso, desempenhando funções de relevo no ano seguinte, inclusivamente no âmbito sindical, utilizando o pseudónimo "Liro Zarco" na correspondência e em crónicas de imprensa.
Preso em 28-08-1932, juntamente com Fortunato Gouveia de Lucena Beltrão, e enviado pelo Comando da PSP de Coimbra para Lisboa. foi levado para uma esquadra. Libertado em dezembro de 1932, foi "afastado de toda a atividade partidária por razões de conduta privada, voltando às suas origens anarquistas" (Alberto Vilaça, Para a história remota do PCP em Coimbra 1921-1946). 
Preso em 26-01-1934, em Coimbra, por ter tomado parte nos acontecimentos de 18 de janeiro de 1934, foi julgado pelo TME em 09-02-1934, sendo condenado a seis anos de desterro, multa de 12.000$00 e perda de direitos políticos por seis anos. Seguiu, em 23-09-1934, para Angra do Heroísmo e, em 23-10-1936, para o Campo de Concentração do Tarrafal, integrando a primeira leva de presos políticos. Abrangido pela amnistia de 18-10-1945, regressou em 01-02-1946, no paquete Guiné, e saiu em liberdade.
Preso novamente em 06-11-1948, em Coimbra, recolheu aos calabouços da PSP da cidade, sendo enviado para Lisboa em 17-11-1946, entrando no Aljube. Libertado em 31-03-1949. Faleceu em 09-10-1962, com 69 anos de idade.