Nasceu no Bombarral, em 10 de agosto de 1902, filho de Eugénia Maria e Salazar dos Santos.
Limpador da Companhia Carris de Ferro de Lisboa, a residir na Azinhaga Fonte do Louro, pertencia ao Sindicato Unitário da Indústria de Tração Elétrica, que integrava a Comissão Inter-Sindical (CIS).
Considerado “como agitador na preparação revolucionária do pessoal da Carris”, militava no Partido Comunista Português, procedendo à venda do “Avante!” e de “O Proletário” e à distribuição, dentro da estação do Arco do Cego, de “O Elétrico”.
Preso, “para averiguações”, em 10 de março de 1936, foi levado, incomunicável, para uma esquadra, e transferido, no dia 18, da 1.ª esquadra (Governo Civil) para Peniche. Regressou a Lisboa em 8 de julho, recolhendo à 7.ª esquadra (no Pátio de D. Fradique), a fim de ser julgado pelo Tribunal Militar Especial: acusado de fazer propaganda subversiva desde 1934, foi condenado em três meses de prisão correcional, dada por expiada, e perda dos direitos políticos por cinco anos, saindo em liberdade nesse mesmo dia oito.
Preso novamente a 13 de março de 1937, “por extremista”, recolheu, incomunicável” a uma esquadra, seguindo, em 1 de abril, para a 1.ª esquadra e daí, em 14 de maio, para Caxias e, a 18 de maio, para a Fortaleza de Peniche. A peregrinação pelas principais cadeias continuou e, em 1 de junho, foi deslocado para o Aljube a fim de, no dia 5, embarcar para Cabo Verde, sem ter sido julgado, sendo encarcerado no Campo de Concentração do Tarrafal.
Regressado a Lisboa em 20 de fevereiro de 1945, foi novamente levado para o Forte de Caxias, sendo julgado pelo Tribunal Militar Especial em 28 de março e condenado em quatro anos de prisão correcional, dada por expiada com a prisão sofrida de oito anos e dezasseis dias, e perda dos direitos políticos por cinco anos. Libertado em 3 de abril de 1945.
José Salazar
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Data da primeira prisão