Filho de Bernardino Bastos e de Bárbara da Silva Nunes, nasceu em Lisboa em 19 de janeiro de 1906.
Com a profissão de caixeiro de praça, cedo se distinguiu pela sua atividade política e sindical, aderindo ao Partido Comunista Português e assumindo funções de responsabilidade na Comissão Intersindical (CIS), criada em 1931, aglutinando sindicatos que entretanto haviam cindido com a CGT anarco-sindicalista.
Homem próximo de José de Sousa e de Álvaro Gonçalves, Retílio Bastos foi para o Algarve, usando o pseudónimo de Raúl Santos, encarregado de organizar a greve geral revolucionária de 18 de Janeiro de 1934.
Preso a 24 de Janeiro de 1934 e colocado, a partir de 25, em regime de incomunicabilidade, na 16.ª esquadra da PSP, em Campolide, tentará suicidar-se a 8 de Março, quando ainda permanecia incomunicável, golpeando a perna com o vidro de um frasco de medicamento, vindo a ser posto em liberdade pelo Tribunal Militar Especial a 13 de Março de 1934.
Regressa rapidamente à atividade política contra o regime fascista.
Será de novo preso em 24-08-1937, "para averiguações", sendo colocado numa esquadra incomunicável. Um mês depois, é transferido para a Cadeia do Aljube e, em 12-07-1938, para o Reduto Norte do Forte de Caxias. Em 5 de maio de 1939, regressa à Cadeia do Aljube, baixando à enfermaria no dia 12 de maio, na sequência das torturas sofridas. Em 11 de setembro de 1939, é transferido de novo para o Reduto Norte de Caxias. No dia 22 de março de 1940 vai de novo para a Cadeia do Aljube e, no mesmo dia, baixa mais uma vez à enfermaria - de que terá alta em 25-07-1940, seguindo dois meses depois para o Depósito de Presos de Caxias e, em 24-11-1940, é transferido para o Depósito de Presos de Peniche, regressando ao Aljube em 07-09-1942. Em 15-10-1942, regressa a Caxias e, em 23-05-1944, é novamente transferido para o Depósito de Presos de Peniche. Em 22-11-1945, é mais uma vez levado para Caxias, regressando à enfermaria da Cadeia do Aljube em 1 de outubro de 1946, tendo alta no dia 24 de outubro.
Em 18-11-1946 é transferido para o Depósito de Presos de Caxias, de onde sairá "em liberdade" no dia 11 de junho de 1947, dez anos após a sua segunda prisão, dita "preventiva"! O Registo Geral de Presos da PVDE/PIDE tem aposto a lápis "Maluco"...
Este foi, seguramente, mais um dos crimes dos "brandos costumes" do regime fascista de Salazar
Retílio Nunes Bastos
7882
Data da primeira prisão