Durante os anos de cárcere, José Luandino Vieira coligiu um acervo de textos constituído por 17 cadernos. O processo de escrita destes Papéis tem como termos cronológicos e fronteiras espaciais a entrada no Pavilhão Prisional da PIDE em Luanda (1961) e a sua saída do Tarrafal (1972).
Trata-se da reunião, num único volume com cerca de 1200 páginas, de tudo o que o autor de ‘O livro dos rios’ escreveu ao longo daqueles quase dez anos em que lutando pela independência de Angola, esteve preso, primeiro em Luanda, depois no sinistro Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde - o chamado "Campo da Morte Lenta". A preparação e organização desses "papéis" é do próprio autor e de Margarida Calafate Ribeiro, Roberto Vecchi e Monica Silva (CES).