O Hino de Caxias resultou do trabalho coletivo de quantos se encontravam presos numa cela daquela cadeia e num momento agudo de luta contra os carcereiros - evidenciado pelos castigos em "cela disciplinar" que vários deles sofreram nessa época (finais de 1953 e início de 1954).
A música do Hino de Caxias é da autoria de Vasco da Costa Marques, seguindo a ideia dos companheiros de cela, que queriam marcar o ritmo com as tairocas de madeira (tamancos de sola de madeira e couro forte), batendo no chão, enquanto cantavam.
Quanto à letra do Hino, a autoria das suas quadras está repartida entre os diversos presos naquela cela, Aurélio Santos, Carlos Costa, João Ivo Ferreira, Vasco Costa Marques e Rolando Verdial.
Longos corredores nas trevas percorremos
sob o olhar feroz dos carcereiros
mas nem a luz dos olhos que perdemos
nos faz perder a fé nos companheiros
Vá camarada mais um passo
que já uma estrela se levanta
cada fio de vontade são dois braços
e cada braço uma alavanca
Como da noite irrompe a madrugada
Como uma flor rasgando o chão da escória
A nossa voz nas celas soterrada
Já traz em si o canto da vitória
Vá camarada mais um passo
que já uma estrela se levanta
cada fio de vontade são dois braços
e cada braço uma alavanca
Podem rasgar meu corpo à chicotada
podem calar meu grito enrouquecido
que para viver de alma ajoelhada
vale bem mais morrer de rosto erguido
Vá camarada mais um passo
que já uma estrela se levanta
cada fio de vontade são dois braços
e cada braço uma alavanca