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Fernando Quirino

Fernando Quirino
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Data da primeira prisão

Nasceu em Lisboa, provavelmente em 1911, filho de Maria Quirino e de António dos Reis Quirino. Serralheiro mecânico, encontrava-se, em maio de 1933, fugido à Polícia e estava referenciado como integrando o Secretariado Político do Partido Comunista e das Juventudes Comunistas.
Preso em 9 de julho de 1933, quando participava numa reunião clandestina no Sindicato dos Compositores Tipográficos, confirmou que pertencia às Juventudes Comunistas desde novembro de 1929, data da sua fundação, iniciado por Bernard Freund, integrando, então, a Comissão de Organização e, simultaneamente, a Célula N.º 1, composta por jovens operários do Arsenal da Marinha, onde trabalhava. No 1.º de Maio de 1931 já fazia parte do Secretariado do Comité Central das Juventudes Comunistas e, em Agosto, partiu para Moscovo em representação destas, via Paris, onde chegou no dia 22 e apresentou-se na Repartição Latina da Internacional Comunista dos Jovens.
Frequentou em Moscovo a Escola Leninista, sendo o seu primeiro aluno português, aí permanecendo dezassete meses: executou diversas tarefas, redigiu relatórios, assistiu a reuniões, nomeadamente da Internacional Comunista (VII Pleno da ISV e XII Pleno da IC) e manteve contactos estreitos com José de Sousa e Manuel Augusto da Rosa Alpedrinha, representantes do Partido Comunista.
Terá regressado a Portugal em novembro de 1932, entrou em contacto com Francisco de Paula Oliveira e assumiu o cargo de Secretário do Comité Central da Federação das Juventudes Comunistas, integrou, simultaneamente, o Secretariado Político do Partido Comunista e desenvolveu intensa atividade partidária, sindical e antifascista.
Em 19 de novembro de 1933, foi transferido do Aljube para Peniche, onde embarcou, por ordem do Governo, para a Fortaleza de São João Batista, em Angra do Heroísmo. Julgado pelo Tribunal Militar Especial, Seção dos Açores, em 20 de agosto de 1934, foi condenado a 690 dias de prisão correcional, faltando-lhe, então, cumprir 224 dias. Mandado restituir à liberdade pelo TME em 25 de julho de 1935, por ter terminado a pena, continuou preso à disposição da PVDE, por «se tratar de um elemento bastante perigoso», decisão confirmada pelo ministro do Interior. Deportado, em 23 de outubro de 1936, para o Tarrafal, aí permaneceu mais de nove anos e onde, devido a divergências com os camaradas de Partido, integrou o Grupo dos Comunistas Afastados.
Abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 35.041, de 18 de Outubro de 1945, foi libertado em 12 de janeiro de 1946 e regressou a Lisboa, no paquete “Guiné”, em 1 de fevereiro.