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Germano Vidigal

Data da primeira prisão

Nascido em Évora em 1913, Germano Vidigal foi para Montemor com apenas 12 anos tentar ganhar a vida. Membro do Sindicato da Construção Civil, integrou a primeira Comissão Local de Montemor-o-Novo do PCP.
No início do ano de 1945, os assalariados rurais exigiam melhores salários e manifestaram-se em localidades como Albernôa, Machede, Montemor, São Manços, Ermidas e Alvalade.
Aproximando-se a época das ceifas, o PCP apelou aos trabalhadores do Alentejo para que lutassem contra a «ofensiva de fome» do regime fascista e se concentrassem nas Casas do Povo e promovessem marchas de fome. Em Montemor, Portel e Lavre estalaram greves.
No dia 20 de Maio, cerca de 2.000 camponeses fizeram uma concentração em Montemor-o-Novo, primeiro na Casa do Povo e depois junto do Grémio da Lavoura – face à ausência de resposta às suas reivindicações, declararam-se em greve.
No dia seguinte foram presos e encerrados na praça de touros cerca de 1.500 trabalhadores, homens e mulheres, que vieram a  ser libertados no dia 23 e acabaram por ser contratados pelos salários que tinham exigido.
Germano Vidigal foi levado para o posto local da GNR, onde dois conhecidos torcionários da PIDE, Barros e Carrilho, tentaram, em vão, obter dele informações: «cortaram-lhe as costas a cavalo-marinho, provocaram-lhe profundas feridas na cabeça e no rosto, aplicaram-lhe socos no estômago e no fígado, torceram-lhe os testículos, espezinharam-no, projectaram-no contra a parede da sala». Germano Vidigal não falou! Morreu no dia 28 de maio de 1945.

José Saramago dedicou Levantados do Chão à memória de Germano Vidigal e de José Adelino dos Santos.