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Leonido Assunção Felizardo

Leonido da Assunção Felizardo
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Data da primeira prisão

Filho de Leonilde Felizardo e Alfredo Felizardo nasceu em Lisboa a 27-03-1910.
Com a profissão de eletricista, foi preso pela primeira vez em 1931, por denúncia feita por carta anónima enviada à Polícia Política, tendo estado preso durante cerca de 16 anos consecutivos, apesar de ter sido condenado, depois de recurso, a 4 anos de degredo. 
Permaneceu dois anos em Angra do Heroísmo, cerca de oito no Campo de Concentração do Tarrafal e três nas Cadeias Civis Centrais de Lisboa. Preso em 12-06-1931, por ter sido denunciado e acusado, mediante carta anónima, de estar envolvido com bombistas presos, seria libertado no dia seguinte. 
Em 1932, quando era o filiado 147 da Célula N.º 8 do Comité de Zona N.º 4 do PCP, esteve envolvido nos preparativos da jornada de luta a ocorrer no dia 29 de fevereiro e que implicava o recurso a engenhos explosivos, a qual acabou por não se realizar devido à prisão de alguns dos implicados. Colaborou, no âmbito daquela ação, com Álvaro Augusto Ferreira, Francisco de Campos, José Duarte (1.º), Manuel Alpedrinha e Manuel Francisco da Silva ("O Manuel Pedreiro" que faleceu em 24 de Agosto de 1941, quando detido na Fortaleza de Angra do Heroísmo), auxiliando o “transporte de material para o fabrico de bombas e o destas já fabricadas, fazendo a sua distribuição”. 
Falhada aquela Jornada, terá sido abordado, em Março de 1932, para transportar Manuel Alpedrinha até à fronteira, a fim deste participar no IV Congresso do Partido Comunista Espanhol que se realizava em Sevilha. Também foi contactado por Francisco Campos para a agitação prevista para o 1.º de Maio de 1932, não tendo anuído, segundo as suas declarações, às duas solicitações. No entanto, o facto de manter ligações com Manuel Alpedrinha e, entretanto, estar como aluno de uma Escola Comercial e Industrial foi o suficiente para ser considerado um "elemento perigoso". 
Preso em 04-08-1932, foi julgado pelo Tribunal Militar Territorial em 18-07-1934 e condenado a 10 anos de degredo. Interpôs recurso e o TME, em 25 de julho, reduziu a sua pena para 4 anos de degredo, ficando, em seguida, à disposição do Governo.
Embarcou para a Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo, em 23-09-1934 e, dois anos depois, em 23-10-1936, seguiu para o Campo de Concentração do Tarrafal, integrando o primeiro grupo de presos para ali deportados. 
No Tarrafal, de onde só regressou em 20-02-1945, assistiu à morte de Mário Castelhano e integrou a Organização Comunista Prisional do Tarrafal (OCPT): na sequência de divergências no seu seio, formou, com Álvaro Duque da Fonseca, Boaventura Gonçalves, Fernando Macedo, Fernando Quirino, Jaime Tiago, José de Sousa e Virgílio de Sousa, o Grupo dos Comunistas Afastados, sendo todos expulsos do Partido Comunista em 1943 (José Pacheco Pereira, Álvaro Cunhal - Uma Biografia Política, Vol. I, 1999). Apesar de já há muito ter cumprido a pena a que fora condenado, não saiu em liberdade aquando do regresso do Tarrafal. Levado para o Aljube em 20-02-1945, foi entregue às Cadeias Civis Centrais de Lisboa em 03-03-1945 e apenas libertado em 21-06-1948, ao fim de quase dezasseis anos de cativeiro. 

Nota: O seu nome próprio tanto aparece grafado como Leonido como Leonildo.