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Américo Fernandes

Américo Fernandes
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Data da primeira prisão

Nasceu em Vieira de Leiria, em 10 de janeiro de 1903, filho de Emília Moreira e de Joaquim Fernandes.
Picador de limas, trabalhava na Sociedade Portuguesa de Limas, em Benfica, e era membro do Partido Comunista Português desde 1933: integrava o Comité de Zona N.º 3, tinha a seu cargo a Comissão de Agitação e Propaganda e, por isso, assegurava também a ligação ao Comité Regional de Lisboa.
No âmbito do 18 de Janeiro de 1934, esteve envolvido nas ações desencadeadas em Benfica: depois do insucesso daquelas previstas para a madrugada, participando, quase a entrar no dia 19, no lançamento de quatro bombas contra a máquina do comboio de passageiros que circulava entre o Calhariz e o Rossio, provocando, apenas, estragos ligeiros, até porque só duas daquelas deflagraram.
Preso em 7 de março de 1934 e levado para a 7.ª esquadra, foi transferido, em 23 de março, para a 1.ª esquadra e depois, em 19 de abril, para o Aljube. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 14 de agosto, foi condenado em doze anos de degredo, com prisão no local, e multa de vinte mil escudos, ficando à disposição do Governo.
Embarcou, em 23 de setembro, para a Fortaleza de São João Batista, em Angra do Heroísmo e, em 23 de outubro de 1936, seguiu para o Tarrafal, onde aparece referenciado junto do grupo de anarquistas e libertários associados ao 18 de Janeiro de 1934. Ficou à disposição do Ministério da Justiça em 31 de dezembro de 1945 e, por sentença de 23 de novembro de 1949, o Tribunal de Execução das Penas concedeu-lhe, por três anos, a liberdade condicional mediante diversas condições, entre as quais “fixar residência na Colónia de Cabo Verde” com vigilância a cargo do Diretor do Campo e da PIDE.
Em liberdade condicional desde 19 de dezembro, regressou a Lisboa e apresentou-se, em 13 de fevereiro de 1950, na sede da PIDE, ficando com a obrigação de aí se apresentar todos os primeiros sábados de cada mês. Em 17 de janeiro de 1953, por sentença do Tribunal de Execução das Penas de Lisboa, foi-lhe concedida a liberdade definitiva.