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António Franco Trindade

António Franco Trindade
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Data da primeira prisão

Filho de Maria de Jesus Costa da Trindade e de Prudêncio Franco da Trindade, António Franco da Trindade era natural da Ericeira, concelho de Mafra, onde nasceu em 1906.
Litógrafo da Casa da Moeda, integrou o Comité de Zona N.º 1 do Partido Comunista. Filiado nº 132 da Célula 19, foi seu Secretário, tendo ainda a cargo o controlo da Célula 18.
Esteve envolvido nos preparativos da jornada de luta marcada para o dia 29 de fevereiro de 1932 e que implicava o recurso a bombas, a qual acabou por não se realizar devido à prisão dalguns dos implicados.
De seguida, com Álvaro Augusto Ferreira e Manuel Francisco da Silva ("O Manuel Pedreiro" que faleceu em 24 de Agosto de 1941, quando detido na Fortaleza de Angra do Heroísmo), fez parte do núcleo responsável pela preparação de ações durante o 1.º de Maio, com recurso ao uso das bombas não utilizadas anteriormente. Jaime Tiago e Manuel Alpedrinha também acompanharam os preparativos.
No dia 24 de Abril de 1932, quando o grupo experimentava o material na Serra de Monsanto e se treinava sob a instrução de Manuel Francisco da Silva, a PSP e a Polícia Especial do Ministério do Interior intervieram e prenderam alguns dos presentes, entre eles António Franco Trindade, Abel Augusto Gomes de Abreu (gráfico da Casa da Moeda), Álvaro Augusto Ferreira, Carlos Luís Correia Matoso (estudante de Agronomia), Eduardo Valente Neto (marítimo), João Lopes Dinis (canteiro, faleceu no Tarrafal em 12-12-1941), Manuel Francisco da Silva (pedreiro) e Silvino Fernandes Costa (ajudante de farmácia). Outros, conseguiram fugir.
Do Cadastro Político de António Franco da Trindade, consta que ele "é elemento duma actividade extraordinária e perigosíssimo pela acção revolucionária desenvolvida, sendo de notar que, como funcionário do Estado, não hesitou em sacrificar o seu lugar aos manejos revolucionários em que se envolveu".
Fez parte da leva de 143 presos políticos que, em 19 de novembro de 1933, embarcou no vapor Quanza, fundeado a cerca de 500 metros da praia sul de Peniche, com destino à Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo, onde chegou a 22.
Julgado, em 24 de agosto de 1934, pela Secção dos Açores do Tribunal Militar Especial, foi condenado, tal como muitos dos seus camaradas, a 14 anos de degredo e à multa de vinte mil escudos.
Embora tenha interposto recurso, a sentença foi confirmada em 30 de agosto e, em 23 de Outubro de 1936, integrou a primeira leva de presos políticos que seguiu para o Campo de Concentração do Tarrafal.
Aí, integrou a Organização Comunista Prisional do Tarrafal (OCPT) e, na sequência de divergências no seu seio, formou, com Álvaro Duque da Fonseca, Boaventura Gonçalves, Fernando Macedo, Fernando Quirino, Jaime Tiago, José de Sousa, Leonilde Felizardo e Virgílio de Sousa o Grupo dos Comunistas Afastados, sendo todos expulsos do Partido Comunista em 1943. 
Em 1945, subscreveu a exposição dirigida por presos políticos no Tarrafal à Comissão Executiva do Movimento de Unidade Democrática (MUD), onde se saúda e apoia as resoluções tomadas na sessão de 8 de outubro de 1945. Subscreveram-na ainda, António Batista, António Gato Pinto, António Gonçalves Coimbra, Armindo Guimarães, Constantino, Eurico Martins Pires, Francisco Silvério Mateus, Jaime Tiago, João Maria, Joaquim Pedro e Tomás Marreiros [Casa Comum]. 
António Franco Trindade só foi libertado (liberdade condicional) do Tarrafal em 30 de maio de 1950. A liberdade definitiva só se deu em 2 de junho de 1953.
Dos 18 anos que esteve preso, três foram passados na Fortaleza de São João Baptista, Açores, e catorze no Tarrafal, Cabo Verde.