Nasceu a 1 de Janeiro de 1932, em Bula. De etnia Mancanha, com o 2.º grau de instrução, casado, pai de seis filhos. Professor catequista católico, foi preso em Empada a 29 de Junho de 1962, enviado para Tite e, em Setembro, para o Tarrafal. Em 1965, acusado de “mau comportamento, atitudes e indisciplina, desobediência e rebeldia” – alegadamente por ter protestado pelo diferente tratamento prisional dado a guineenses e angolanos – foi encerrado numa minúscula cela disciplinar (a “holandinha”), extremamente quente e onde tinha de permanecer curvado. Segundo os companheiros, o tempo ali passado traumatizou-o e, ao voltar ao regime normal, quase não falava, permanecendo a maior parte do tempo isolado. Os responsáveis pelo campo desconfiaram de uma simulação, mas vieram a admitir que “sofria de ‘acentuadas perturbações neuropsíquicas’”. No final de 1966, o então director escreveu: “Trata-se de um doente mental, segundo opinião médica. Entendo que deverá ser repatriado”. Regressou à Guiné em 1969, morrendo pouco depois. Os seus companheiros de prisão invocam o castigo na “holandinha” para a sua morte precoce