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Aida de Freitas Loureiro Magro

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Data da primeira prisão

Filha de Benvinda Freitas Loureiro e de António Pedro Loureiro, um republicano da capital, Aida de Freitas Loureiro nasceu em 4 de Abril de 1918, no distrito da Huíla, Angola, e faleceu em 11 de novembro de 2011, com 93 anos de idade.

Estudou Química, no Instituto Industrial de Lisboa, participou nos movimentos estudantis de oposição ao salazarismo e casou com José Alves Tavares Magro (1920-23/02/1980), primo num grau afastado e ativista do Partido Comunista, partido a que também aderiu em 1942, durante a Segunda Guerra.

De forma a estar com o marido, terá entrado na clandestinidade em 1945, com uma filha de meses, e aí nasceu-lhe um rapaz: segundo Manuela Cruzeiro, «passou ao todo por catorze casas clandestinas».

Quando José Magro foi detido, Aida Magro manteve-se na ilegalidade durante uma década até ser presa em 27 de maio de 1957, no Bairro Lopes, cerca de um mês depois do marido ter sido libertado, recolhendo ao Forte de Caxias. «Permaneceu em isolamento e interrogatórios durante seis meses», embora sem nunca ter sido torturada, tendo sido julgada em 1 de Julho de 1958: condenada a dois anos e meio prisão maior, suspensão de direitos políticos por 15 anos e medidas de segurança, só seria libertada em 2 de Fevereiro de 1963, ao fim de quase seis anos de cativeiro.

Em liberdade condicional por três anos, estava sujeita a residência fixa e apresentação mensal na PIDE, não podendo, por isso, sair de Lisboa: mesmo para visitar o marido, preso em Peniche, tinha de solicitar autorização com 48 horas de antecedência.

Após a sua libertação, passou a trabalhar no âmbito do apoio aos presos políticos e, nessa qualidade, endossou ao II Congresso Republicano de Aveiro, realizado em 1969, uma mensagem em representação de um grupo de famílias de presos políticos, onde se refere às duras condições em que estes viviam, em resultado de «um regime duríssimo, que parece concebido para alcançar, lenta mas eficazmente, a sua ruína física e psíquica».

Em 23 de outubro de 1973, quando o marido entrara já no vigésimo primeiro ano de prisão e no décimo segundo consecutivo, dirigiu uma infrutífera carta ao Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, pedindo a sua libertação antes que o estado de saúde se agravasse, bem como «uma ampla amnistia que abranja todos os presos políticos, todos os exilados, todos os demitidos por motivos políticos!», responsabilizando o governante, enquanto mais alta entidade executiva, «pelo que possa acontecer a meu marido e a todos os mais que venham a tombar, vítimas do regime repressivo que o Governo defende e mantém».