banner

 

António Gato Pinto

António Gato Pinto
41
Data da primeira prisão

Nasceu em Moura a 2 de Agosto de 1902, filho de Maria Vitória Pinto e de José Maria Gato.
Alistou-se como soldado de 2.ª classe no Batalhão n.º 1 da Guarda Nacional Republicana, em 24 de outubro de 1924. Em agosto de 1932 passou ao Regimento de Infantaria n.º 11, sendo dispensado por se recusar a atuar contra um grupo de grevistas: "permitiu-se censurar na caserna a sua nomeação" (para um serviço urgente de patrulha) o que constituia infração de vários artigos do Regulamento de Disciplina Militar, sendo punido, em 21-07-1932, com 15 dias de detenção.
Domiciliou-se depois no Barreiro, passando a trabalhar para os Caminhos de Ferro do Sul e Sueste e filiou-se no sindicato ferroviário.
Inspirado em princípios anarquistas, participou nos preparativos da Greve Geral Revolucionária de 18 de janeiro de 1934, sendo acusado de possuir explosivos que teria ocultado numa arrecadação da Compnhia de Caminhos de Ferro de Sul e Sueste. 
Enviado directamente pela Administração do Concelho do Barreiro ao Tribunal Militar Especial, foi condenado, logo em 07-02-1934, a 10 anos de degredo numa das colónias à escolha do governo, "c/ prisão no local" e multa de 20.000$00.
Seguiu para o Depósito de Presos de Angra do Heroísmo no dia 23 de Setembro de 1934, de onde foi transferido para a Colónia Penal do Tarrafal a 23 de Outubro de 1936, onde esteve preso cerca de 13 anos, participando na Organização Prisional Libertária e mostrando evidente condenação das conciliações de alguns elementos comunistas com os carcereiros.
Em 09-07-1949, o Tribunal de Execução de Penas concedeu-lhe liberdade condicional, sob diversas condições, designadamente "fixar residência na Colónia de Cabo Verde" e "ficar sob vigilância do Director da Colónia Penal, que fixará as datas das suas apresentações mensais e à entidade local a quem deverá fazê-lo" - termos em que saíu do Campo em 25-08-1949.
Regressou a Lisboa no dia 11 de Novembro de 1949, sob liberdade condicional, indo residir em Alto de Cima, freguesia de Safara, concelho de Moura, "de onde não se poderá ausentar sem prévia autorização desta Polícia, devendo apresentar-se trimestralmente na Câmara Municipal". Só recuperou a liberdade definitiva no dia 06-10-1954, mais de vinte anos depois da greve geral de 1934.
Manteve as suas convicções libertárias. Faleceu em Lisboa em 13 de fevereiro de 1973.