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António Pedro Benge

António Pedro Benge
Ernest Guendes
Data da primeira prisão

Nasceu em Cabinda a 09-10-1902, filho de Pedro Benge e de Casimira Sambo. Pertenceu aos primeiros movimentos nacionalistas angolanos, integrando o ELA - Exército de Libertação de Angola. A sigla ELA correspondia, aliás, à junção das primeiras iniciais dos pseudónimos de António Pedro Benge (Ernest Guendes), de Fernando Pascoal da Costa (Luzerna Pinto Mendes) e de Joaquim de Figueiredo (Arnaldo Goreva). Também conhecido por “grupo dos mais-velhos”, o ELA mantinha contactos com o exterior, enviando documentação relativa à situação em Angola, nomeadamente através de missionários metodistas. É a apreensão de um desses documentos que dá origem a uma série de prisões feitas pela PIDE. Em Março, tentaram enviar para o Gana um "Relatório" sobre a situação da opressão colonial em Angola", cujo portador foi detido pela PIDE no aeroporto de Luanda, o que originou sucessivas prisões. António Pedro Benge assinara o documento com o seu pseudónimo "Ernest Guendes". Foi julgado no Tribunal Militar Territorial de Angola (Processo nº 41/60) e sentenciado (20-12-1960) a 10 anos prisão maior.
António Pedro Benge é preso a 29 de março de 1959 e vai integrar o primeiro processo (processo nº22/59) do que ficou conhecido como “processo dos 50”. Condenado pelo Tribunal Militar a 10 anos de prisão.
A 26 de fevereiro de 1962, aos 60 anos de idade, foi enviado para o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde (agora denominado "Campo de Trabalho de Chão Bom" na Portaria n.º 18 539, de 17-06-1961, assinada pelo ministro do Ultramar, Adriano Moreira - ver anexo). 
Morre em 13 de Setembro de 1962 em Lisboa, para onde fora transferido para internamento hospitalar (no Hospital do Ultramar, atual Hospital Egas Moniz). 


Ver na Associação Tchiweka de Documentação (https://tchiweka.org):

Fotografia de António Pedro Benge utilizada na brochura «Le Procès des Cinquante. La répression colonialiste en Angola», editada na Bélgica em 03-08-1960.


Em baixo: fotografia de António Pedro Benge e André Mingas, 1959 (data estimada). Ambos foram presos nesse ano e viriam a ser deporrtados para o Tarrafal (agora crismado de "Campo de Trabalho de Chão Bom), vindo o primeiro a falecer em 1962.