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Armando dos Santos Calet

Armando dos Santos Calet
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Data da primeira prisão

Armando dos Santos Calet, um dos militantes do Partido Comunista Português durante a I República, terá nascido por volta de 1908, em Lisboa, na freguesia de Santa Justa, filho de Mariana Borges e de José dos Santos Calet.
Serralheiro da Fábrica de Material de Guerra, em Braço de Prata, e Secretário Administrativo do Sindicato do Pessoal do Arsenal do Exército, foi acusado de estar envolvido nos acontecimentos de 18 de janeiro de 1934 e ter participado na sabotagem do Cabo Submarino, entre Porto Brandão e Trafaria [Processo 1227/SPS], e naquela efetuada na Fábrica onde trabalhava [Processo 1031/SPS].
O caso da Fábrica de Braço de Prata foi entregue a um Oficial da Polícia Judiciária Militar que, em 19 de fevereiro de 1934, enviou o processo para a Repartição de Justiça do Governo Militar de Lisboa, a fim de ser enviado ao Tribunal Militar Especial.
Este, reunido em 5 de maio de 1934, absolveu Armando dos Santos Calet.
Quanto ao outro ato de sabotagem, colaborou com Bartolomeu José da Costa, empregado da Companhia dos Telefones, Eurico Pinto Mateus [RGP/6244] e Silvino Augusto Ferreira [RGP/12592], Secretário-Geral do Sindicato do Arsenal do Exército, tendo como missão o corte de diversas redes telefónicas antes da eclosão da Greve Geral, bem como do Cabo Submarino da Companhia Portuguesa Rádio Marconi, cujas cabines se situavam no Portinho da Costa (entre Porto Brandão e Trafaria).
Na noite de 17 de dezembro, seguiu do Cais do Sodré para Cacilhas, com Silvino Augusto Ferreira, onde os esperava Filipe José da Costa [RGP/1165], entre outros homens.
No Portinho, Armando dos Santos Calet participou diretamente no corte de fios de duas das cabines do Cabo Submarino.
Cumprida a sabotagem, andou fugido, só foi preso em 2 de agosto de 1934, depois de ter regressado de Espanha, onde se refugiara, e prestou declarações em 18 de Agosto.
Enviado para o Aljube em 22 de novembro de 1934, foi transferido para Peniche em 20 de março de 1935, onde ficou até 8 de Junho.
Armando Calet foi deportado para Angra do Heroísmo em 8 de junho de 1935, tendo o Avante! de novembro desse mesmo ano chamado a atenção para o facto de se encontrar preso há 14 meses sem culpa formada.
Em 23 de Outubro de 1936, integrou a primeira leva de presos políticos enviada para o Campo de Concentração do Tarrafal.  Aí, integrou a Organização Comunista Prisional do Tarrafal (OCPT).
Permaneceu no Tarrafal dez anos, até 11 de novembro de 1945, data em que foi libertado por ter sido abrangido pela amnistia de 18 de Outubro, embora só regressasse no navio "Guiné" em 1 de fevereiro de 1946.

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Nota: O nome aparece grafado como Callet ou Calet.