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Carlos Guedes Leal

Carlos Guedes Leal
983
Data da primeira prisão

Nasceu na freguesia de Cedofeita, Porto, em 8 de julho de 1893, filho de Jerónima Pereira e de José da Silva Leal.
Tipógrafo, a residir em Lugar do Monte (Valbom, Gondomar), integrou a Federação Maximalista Portuguesa e, em 1921, foi o editor de Hinos Revolucionários, de Luís Oliveira Guimarães, contendo “A Internacional”, “A Batalha” e “Libertário”, com logotipo "República dos Soviets" (ver anexos).
Preso em 16 de março de 1928, por ser “conivente na impressão de manifestos clandestinos” e ter coadjuvado na composição de um manifesto da “Loja de Paris”, intitulado “Ao País - A Ditadura no banco dos réus”, foi libertado no dia seguinte.
Novamente preso em 25 de janeiro de 1932, “por ter ideias avançadas”, acompanhar um grupo armado aquando do movimento revolucionário de 3 de fevereiro e ser portador do panfleto “Grito dos Estudantes do Porto”, dirigido aos estudantes e soldados de Portugal. Libertado em 26 de março, voltou a ser detido dois dias depois, acusado de “andar a provocar tumultos e a fazer alusões desprestigiosas” para a polícia política, ficando encarcerado até 26 de abril.
A quarta prisão, desta vez “para averiguações”, deu-se em 9 de maio de 1935, sendo acusado de fazer reuniões políticas em sua casa e propaganda antirreligiosa. Libertado em 27 de junho, seria preso no ano seguinte, em 11 de outubro de 1936, também “para averiguações”, e libertado dois dias depois.
Sempre preso pela Delegação do Porto da PVDE, a sexta prisão, em 4 de novembro de 1937, levá-lo-ia para o Tarrafal, “por ser possuidor de armas de guerra” e de “diversos jornais clandestinos de propaganda subversiva”. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 6 de julho de 1938 e condenado em oito anos de degredo, foi transferido, em 25 de setembro, da Delegação do Porto para Caxias, onde entrou no dia seguinte. Interpôs recurso, mas sem sucesso, já que o TME, de 11 de março de 1939, confirmou a sentença anterior. Seguiu, em 1 de abril de 1939, para o Campo de Concentração do Tarrafal. Abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 35.041, de 18 de Outubro de 1945, regressou a Lisboa, no paquete “Guiné”, em 1 de fevereiro de 1946, saindo em liberdade.