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Filipe José da Costa

Felipe José da Costa
1165
Data da primeira prisão

Nasceu em Lisboa, em 19 de dezembro de 1896, filho de Teresa de Jesus Costa e de Manuel José da Costa.
Pintor, a residir e a trabalhar na capital, pertenceu, durante a República, às Juventudes Sindicalistas. Preso em 28 de março de 1928, acusado de “ser o principal autor do atentado contra o Chefe dos guardas da Penitenciária”, foi deportado para a Guiné em 4 de maio, seguindo, com outros presos políticos e sociais, no “Gil Eanes”.
Preso em 8 de julho de 1928, “por ser legionário vermelho evadido da Guiné”, seria deportado, em 21 de agosto, para Moçambique. Transferido para Cabo Verde, foi-lhe fixada residência obrigatória em Timor, conseguido evadir-se nesta última viagem quando a bordo do vapor “Moçambique”, onde também se encontravam Arnaldo Simões Januário, Bernardino dos Santos, Carlos Cal Brandão e Daniel Severino.
Preso, mais uma vez, em 18 de fevereiro de 1932, em Lisboa, ao desembarcar do barco “Colonial”, onde viajava com o nome de “Carlos Alberto de Sousa”. Evadiu-se, em 4 de abril, da Cadeia do Aljube, juntamente com Emídio Guerreiro, Heitor Rodrigues, José dos Santos Rocha, José Severo dos Santos e Manuel Sanches Dias. Acusado de ter matado o guarda do Aljube António Lopes, seria condenado à revelia em 28 anos de prisão. Refugiou-se na zona de Almada, sob o nome de “Azevedo da Cruz”, frequentava o associativismo local e, anarquista assumido, integrando o grupo “Spartacus”, envolveu-se no movimento revolucionário de 18 de janeiro na margem Sul, nomeadamente através da Associação de Classe dos Corticeiros de Almada: além de detentor de bombas explosivas e pistolas, participou no corte do cabo submarino no sítio do Portinho.
Regressado há pouco de Espanha, onde se acolhera temporariamente, é preso em 31 de julho de 1934, “por se encontrar há muito fugido” e estar implicado no movimento revolucionário de janeiro. Entregue ao 4.º Juízo Criminal de Lisboa em 30 de outubro, foi absolvido do crime de assassinato do guarda do Aljube e recolheu ao Limoeiro. Voltou, em 29 de março de 1935, a ficar sob a alçada da PVDE, a fim de ser julgado pelo Tribunal Militar Especial. Entrou no Aljube em 9 de maio e o TME, reunido no dia 15, condenou-o em cinco anos de desterro, multa de vinte mil escudos e perda dos direitos políticos por dez anos: era acusado de, “anteriormente a 18 de janeiro do ano findo, ter tomado parte em várias reuniões preparatórias do movimento revolucionário grevista […] tendo tomado parte no corte do cabo submarino entre Porto Brandão e Trafaria”. Interpôs recurso e o TME, de 25 de maio, alterou a pena para quatro anos de desterro, com seis meses de prisão no local escolhido pelas autoridades, e oito mil escudos de multa.
Embarcou, em 8 de junho de 1935, para Angra do Heroísmo, transferido para a Fortaleza de S. João Batista. A 23 de outubro de 1936, integra a primeira leva de deportados enviados para o Campo de Concentração do Tarrafal.
Deveria ter sido solto em 15 de outubro de 1940, o que não sucedeu por despacho do diretor da PVDE de 24 do mesmo mês, ficando em prisão preventiva por ser considerada inconveniente a sua libertação. Abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 35.041, de 18 de Outubro de 1945, foi libertado em 30 de dezembro e regressou a Lisboa, no vapor “Guiné”, em 1 de fevereiro de 1946. Preso, pela última vez, em 28 de março de 1947, “para averiguações”, recolheu ao Aljube, sendo libertado em 14 de maio.