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Jaime Tiago

Jaime Tiago
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Data da primeira prisão

Nasceu em Pampilhosa da Serra, Coimbra, em 1899, filho de Delfina de Jesus.
Litógrafo da Casa da Moeda, com residência em Lisboa, desenvolveu intensa atividade sindical durante a 1.ª República, nomeadamente no âmbito da Confederação Geral do Trabalho. Representou-a em ações do 1.º de Maio - 1923 (Leiria), 1924 (Sines), 1925 (Ervedal, Estremoz) e 1926 (Peniche) - e participou no IV Congresso Operário Nacional, realizado em Santarém, entre os dias 23 e 27 de Setembro de 1925.
Tornou-se, provavelmente no início da década de 1930, militante do Partido Comunista: integrou o Comité de Zona N.º 1, tornou-se membro do Comité Regional de Lisboa, onde tinha a cargo a agitação e propaganda, e esteve ativamente envolvido nos preparativos do 1.º de Maio de 1932, onde se previa a utilização de explosivos.
Preso em 21 de maio de 1932, “por estar envolvido em trabalhos de organização comunista, ser portador de bombas explosivas e detentor de material para o fabrico de outras e de duas pistolas”.
Foi-lhe, então, apreendido o arquivo do Comité Regional de Lisboa, onde era o principal responsável devido a prisões de outros elementos.
Condenado em 14 anos de degredo, seria deportado para Angra do Heroísmo, entrando, em 22 de novembro de 1933, na Fortaleza de S. João Batista. Julgado, em 18 de agosto de 1934, pelo Tribunal Militar Especial, foi condenado em doze anos de degredo, com prisão no local, e multa de vinte mil escudos, ficando, depois, à disposição do Governo.
Transferido, em 23 de outubro de 1936, para o Campo de Concentração do Tarrafal, onde começou por pertencer à Organização Comunista Prisional do Tarrafal (OCPT) e, na sequência de divergências no seu seio, passou para o Grupo dos Comunistas Afastados, sendo afastado do Partido Comunista em 1943.
Passou, em 31 de dezembro de 1945, para a tutela do Ministério de Justiça. Em janeiro de 1946, subscreveu a exposição dirigida por presos políticos no Tarrafal à Comissão Executiva do Movimento de Unidade Democrática (MUD), onde se saúdava e apoiava as resoluções tomadas na sessão de Outubro de 1945.
Por sentença do Tribunal de Execução das Penas, datada de 13 de agosto de 1948, foi-lhe concedida liberdade condicional por quatro anos mediante o cumprimento de determinadas condições, nomeadamente a de fixar residência em casa da mulher e do sogro. Obteve a liberdade definitiva em 28 de julho de 1952.