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José Adelino dos Santos

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Data da primeira prisão

Natural de Santiago do Escoural, concelho de Montemor-o-Novo, nasceu a 23-10-1912, filho de Adelino dos Santos e de Mariana Augusta.
Trabalhador rural e militante do Partido Comunista Português desde o início da década de 40, foi entregue na PIDE, em 31-05-1945, vindo de Montemor-o-Novo, “para averiguações”, seguindo para o Depósito de Presos de Caxias – foi “restituído à liberdade condicional” em 29 de agosto de 1945.
Quatro anos depois, a PIDE vai prendê-lo a Montemor no dia 5 de julho de 1949 e leva-o para Caxias mas, dois dias depois, foi transferido para a sede da polícia e, no dia 9, segue para a Cadeia do Aljube, sendo transferido para Caxias no dia 19 desse mesmo mês de julho. 
Julgado no Tribunal Plenário de Lisboa, em 25-02-1950. Foi condenado na pena de 20 meses de prisão correcional, na suspensão dos direitos políticos por 3 anos, imposto de justiça e “mediadas de segurança” – sendo transferido para a Cadeia do Forte de Peniche em 16 de março. Em 16 de novembro, foi transferido para a Cadeia Comarcã de Setúbal, voltando a Peniche onze dias depois e sendo “restituído à liberdade condicional” em 25 de novembro de 1951 (só foi “restituído à liberdade definitiva” em 8 de agosto de 1956).
José Adelino dos Santos não abandonou a sua intervenção política, destacando-se na organização de ações reivindicativas pela subida de salários e melhorias das condições de vida e participando em inúmeras outras iniciativas cívicas.
Em 23 de Junho de 1958, na sequência da suspensão do trabalho e de uma manifestação de mais de 200 trabalhadores rurais frente à Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, em protesto contra a fraude nas eleições presidenciais e reivindicando aumentos salariais, o Presidente da Câmara chamou a GNR e a PIDE que, pela força, expulsaram os manifestantes, disparando também vários tiros da varanda do edifício. José Adelino dos Santos, com a idade de 46 anos, foi assassinado pelo argento da GNR Francisco Ronge.
Foram presos mais de duas centenas de homens, muitos deles levados pela PIDE para Lisboa, a vila esteve cercada e foi imposto o recolher obrigatório.
O seu funeral, vigiado pela PIDE e pela GNR, constituiu uma impressionante manifestação popular de resistência à ditadura.
José Saramago dedicou Levantados do Chão à memória de Germano Vidigal e de José Adelino dos Santos.