banner

 

José dos Santos Viegas

José dos Santos Viegas
O Tavira
114
Data da primeira prisão

Nasceu na freguesia de Santa Maria, concelho de Tavira, em 1 de novembro de 1912, filho de Custódia Ramos e de Joaquim Viegas.
Litógrafo, com residência em Hortas, Vila Real de Santo António, aderiu ao Partido Comunista Português em 1933 e, nos finais desse ano, participou nos preparativos da greve de 18 de Janeiro de 1934: assistiu, em novembro, a uma reunião em Castro Marim e, em dezembro, transportou duas malas com bombas.
Preso e entregue à PVDE pelo Comando da PSP de Faro em 3 de fevereiro de 1934, foi julgado pelo Tribunal Militar Especial em 16-04-1934, sendo condenado em 12 anos de degredo, com prisão, e vinte mil escudos de multa, ficando à disposição do Governo.
Depois de ter passado pelas prisões de Faro, Lisboa e Presídio Militar da Trafaria, seguiu, em 8 de setembro de 1934, para Angra do Heroísmo, com destino à Fortaleza de São João Baptista, e dois anos depois, em 23 de Outubro de 1936, teve como destino o Tarrafal, sendo entregue, em 31 de dezembro de 1945, ao Ministério da Justiça.
O Tribunal de Execução das Penas, por sentença de 9 de novembro de 1949, concedeu-lhe, por três anos, a liberdade condicional mediante diversas condições, entre as quais “fixar residência na Colónia de Cabo Verde”, ficando a vigilância a cargo do Diretor do Tarrafal que, caso o entendesse, poderia autorizar a sua transferência para o continente. Preso há quase dezassete anos, foi libertado em dezembro de 1949 e, sem dispor de quaisquer apoios económicos e materiais, só pôde regressar devido ao auxílio de Luís e Herculana de Carvalho, que se tinham deslocado ao Campo de Concentração para visitar o filho Guilherme da Costa Carvalho.
Desembarcou em 31 de dezembro tendo, então, almoçado com Cândido de Oliveira, que também estivera no Tarrafal, e Heliodoro Caldeira, irmão de Alfredo Caldeira, falecido naquele campo de concentração.
Com a obrigatoriedade de se apresentar uma vez por mês no Posto de Faro, passou a viver em Olhão, onde foi preso em 26 de maio de 1952, “para averiguações”, levado para Caxias e, depois, para o Aljube, alternando entre estas duas cadeias o novo ciclo de detenção. Posto à disposição do Tribunal de Execução de Penas em 13 de novembro e julgado em 8 de maio de 1953, seria absolvido e libertado em 11 de maio. Um ano depois, em 11 de maio de 1954, foi-lhe concedida a liberdade definitiva. Participou, em 1978, no livro coletivo Tarrafal – Testemunhos