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José Gaspar Teixeira

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Data da primeira prisão

Antifascista militante, sempre presente nas lutas e nas iniciativas da Oposição, pela dignificação da função docente e da Ciência, pela Liberdade e pela Democracia.
Engenheiro electrotécnico, engenheiro nuclear e licenciado em Matemática, foi sócio fundador da Sociedade Portuguesa de Matemática. Prestigiado cientista, é autor de inúmeras obras e deixou importantes contribuições em diversas publicações.
Homem de uma enorme humildade, ao serviço da Ciência e dos combates contra a ditadura, foi demitido do ensino e esteve preso duas vezes.
Candidato na lista da CDE, por Lisboa, nas eleições de 1969.
José Gaspar Teixeira nasceu na freguesia de S. Sebastião, em Ponta Delgada, Açores, a 10 de maio de 1917 e faleceu em Lisboa a 29 de maio de 1999. Licenciou-se em Matemática pela Universidade de Coimbra. Aos 22 anos, iniciou a sua actividade profissional como assistente de Matemática na Faculdade de Ciências de Coimbra, onde se manteve até 1941, depois do que fez estágio para professor liceal. Iria exercer a docência num liceu do Porto até 1948, ano em que partiu para Ponta Delgada, e aí leccionou, entre 1948 e 1950. Em 1951, foi nomeado professor ordinário do Instituto Industrial de Lisboa mas, por despacho ministerial, não tardou a ser exonerado (acusado de revelar «espírito de oposição aos princípios fundamentais da Constituição Política»). Entre 1952 e 1958, foi professor do ensino particular, ao mesmo tempo que completava os estudos de Engenharia Electrotécnica, no Instituto Superior Técnico, de Lisboa, onde posteriormente foi assistente de Mecânica Racional. Trabalhou depois como engenheiro na Companhia Portuguesa de Indústrias Nucleares e em 1958 partiu para Paris, a fim de completar, na Escola Normal Superior, o curso de Engenharia Nuclear. Regressou em 1960 e voltou a trabalhar na mesma companhia, até 1964, passando então a desempenhar funções de engenheiro na Empresa Termoeléctrica Portuguesa. 
Aderiu ao PCP em 1944. No ano seguinte, quando se encontrava no Porto, aderiu ao MUD e fez parte do comité responsável pelo sector intelectual dessa cidade. Em 2 de agosto de 1962, foi preso pela PIDE, «por suspeitas de actividades comunistas» e permaneceu na prisão do Aljube até ser libertado em outubro. Voltou a ser detido em julho de 1963 [acusado, por arguidos noutros processos, de ser membro do PCP] e ficou em prisão, durante cinco meses, em Caxias. 
Participou no II Congresso Republicano de Aveiro, em 1969, apresentando uma tese intitulada «O Livre Acesso à Cultura – Factor Primário de Sobrevivência da Sociedade Portuguesa». Também participou no III Congresso da Oposição Democrática, [realizado em Aveiro, de 4 a 8 de abril] e apresentou duas teses: «Legislação OIT – Legislação Portuguesa» e «A Segurança Europeia na Europa e em Portugal». 
Foi membro fundador da Sociedade Portuguesa de Matemática. Era membro do conselho executivo da Federação Mundial dos Trabalhadores Científicos.
Colaborou regularmente na Gazeta de Matemática, na Portugaliae Mathematica e na Revista Seara Nova. 
É autor de numerosos trabalhos, de que destacamos:
Tábuas de logaritmos, Edição de Porto Editora, Lda., de 1947.
Para um plano democrático do ensino popular em Portugal: aspectos de uma política científica do ensino / José Gaspar Teixeira, 1971
Da Energia Que Temos À Energia Que Queremos
Confidências - Contingências – Conveniências. INCM. 1976.
O Homem na Conquista do Cosmos (Lisboa, 1981).