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Rui Cardoso Gomes

Rui Cardoso Gomes
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Data da primeira prisão

Nasceu em Santos-o-Velho, Lisboa, em 1916, filho de Maria Cardoso e de José Eduardo Gomes. Pertenceu à Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas e, em novembro de 1933, já alistado na Armada (Grumete Artilheiro N.º 6160), aderiu à Organização Revolucionária da Armada.
Foi preso pela PSP de Lisboa em 26 de fevereiro de 1935, por ser um dos autores «do desenho comunista – “Foice e Martelo” – feito nas paredes de diversos prédios em Alcântara”. Entregue, em 4 de março, pelo Comando Geral da Armada à SPS da PVDE, a pedido desta, foi levado, incomunicável, para uma esquadra e, em 2 de maio, foi transferido para a Cadeia do Aljube.
Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 3 de agosto de 1935, acusado de “propaganda dos princípios comunistas”, “desenhando nas paredes e postes dos elétricos o emblema comunista”, seria condenado em 493 dias de prisão correcional e perda dos direitos políticos por cinco anos. Transferido, em 7 de outubro, para a 1.ª esquadra, seguiu, em 23 de outubro, para Peniche, regressando, em 10 de dezembro, à 1.ª esquadra, para ser julgado, no dia 14, noutro processo. Era, então, acusado de fazer propaganda da Organização Revolucionária da Armada: o TME considerou que já tinha respondido e sido condenado por aquela incriminação.
Regressou, em 26 de dezembro de 1935, a Peniche, sendo libertado em 5 de junho de 1936. Preso novamente em 2 de maio de 1937, surpreendido na tipografia clandestina da Comissão Inter-Sindical onde, desde fevereiro, “compunha e auxiliava a impressão de todo o material de propaganda subversiva”, nomeadamente os jornais “O Proletário”, “O Profissional do Volante”, “Barricada” e “Eco do Arsenal”.
Acusado de “continuar a desenvolver grande atividade dentro da organização comunista”, foi transferido, em 11 de maio de 1937, para a 1.ª esquadra e, no dia seguinte, para o Aljube. Três semanas depois, em 5 de junho, seguiu para o Campo de Concentração do Tarrafal, de onde regressou em 20 de fevereiro de 1945, seguindo para Caxias. Julgado pelo TME em 6 de março, seria condenado a três [ou cinco?] anos de prisão correcional. Libertado em 7 de março de 1945.