Nasceu em Lisboa, em 7 de fevereiro de 1902, filho de Cristina Maria da Silva e de Ricardo Rodrigues da Silva.
Carpinteiro, a residir e a trabalhar em Lisboa, foi preso em 4 de novembro de 1936, “para averiguações”, acusado de “estar envolvido na preparação do assalto ao cobrador da Alfândega de Lisboa”. Levado, incomunicável, para uma esquadra, entrou, em 14 de dezembro, na Cadeia do Aljube, foi transferido, em 2 de abril de 1937, para Peniche e, em 26 de abril, para a 1.ª esquadra, seguindo, em 14 de maio, para o Forte de Caxias.
Regressou ao Aljube em 1 de junho, a fim de ser deportado, em 5 deste mês, para Cabo Verde, com destino ao Campo de Concentração do Tarrafal.
Apenas regressou em 1 de outubro de 1944, e foi para a Cadeia de Caxias, sendo julgado, em 1 de novembro, pelo Tribunal Militar Especial, que o condenou a dez anos de degredo, multa de vinte mil escudos e perda dos direitos políticos por cinco anos. Regressou a Peniche em 4 de dezembro e, durante o ano de 1945, passou, novamente, pelo Aljube e por Caxias. Posto à disposição do ministério da Justiça em 31 de dezembro de 1945, foi libertado de Peniche em 3 de fevereiro de 1951. Esteve mais de 14 anos consecutivos preso.