Nasceu em Silves, em 14 de fevereiro de 1891, filho de Teresa do Carmo Carneiro e de João Ricardo do Vale. Corticeiro, residia no Barreiro, onde trabalhava e militava no Partido Comunista.
Esteve envolvido na organização local da Greve de 18 de janeiro de 1934, sem que tenha sido detetado na altura. Por uma questão de precaução, passou a residir em Vendas Novas, vindo a ser preso na sequência da detenção e interrogatório de José Manuel Alves dos Reis.
Entregue à PVDE, em 14 de dezembro de 1936, pelo Administrador do Concelho do Barreiro, recolheu, incomunicável, a uma esquadra, e foi transferido, no dia 29, para a Cadeia do Aljube e, em 17 de março de 1937, para o Forte de Peniche.
Regressou ao Aljube em 1 de junho, de forma a ser deportado, em 5 do mesmo mês, para Cabo Verde, com destino ao Campo de Concentração do Tarrafal.
Apenas regressou do Tarrafal em 15 de julho de 1940 e, levado para o Reduto Norte do Forte de Caxias, seria julgado pelo Tribunal Militar Especial em 30 de julho de 1940, que o condenou em dez anos de degredo numa das colónias, com prisão e multa de vinte mil escudos, ficando à disposição do Governo.
Em 14 de setembro de 1940, voltou a ser transferido para o Tarrafal, em Cabo Verde. Regressado em data desconhecida, foi transferido para o Forte de Peniche e, em 24 de novembro de 1950, apesar de já ter terminado o cumprimento da pena a que fora condenado, iniciou o cumprimento da medida de segurança a que havia também sido condenado.
Em 29 de junho de 1951, o Tribunal de Execução das Penas de Lisboa concedeu-lhe a liberdade condicional por três anos, fixando-lhe a residência na freguesia de Palhais, Barreiro.
Condenado em dez anos, cumpriu mais de 15 anos e meio de prisão efetiva.