Bolacheiro em Coimbra, Abílio da Encarnação Pereira teve participação activa nos preparativos da Greve Geral Revolucionária de 18 de Janeiro naquela cidade. Condenado a 12 anos de degredo com prisão, foi deportado para Angra do Heroísmo. Esteve preso mais de 15 anos, sendo que os últimos seis passou-os em Peniche.
Filho de Maria Emília Alves e de Aníbal da Encarnação Pereira, Abílio da Encarnação Pereira nasceu em Coimbra, m 26 de Maio de 1886.
Trabalhador da Fábrica Triunfo, onde era bolacheiro, Abílio da Encarnação integrou o Comité Sindical Revolucionário, constituído por anarquistas, que preparou a Greve Geral de 18 de Janeiro de 1934 em Coimbra: era o responsável pela guarda do material explosivo e armamento a utilizar e participou na distribuição de manifestos revolucionários.
Nesse âmbito, manteve contactos com António Paiva, bolacheiro, residente nos Carvalhais, Lousã; Arnaldo Simões Januário, barbeiro; Joaquim Duarte; José Alexandre, carpinteiro; Manuel dos Santos, carvoeiro; Manuel Rodrigues da Cunha Maia, Presidente do Sindicato de Manipuladores de Pão; Raúl Ferreira Galinha.
Julgado, em 9 de Fevereiro de 1934, pelo Tribunal Militar Especial, foi condenado em 12 anos de degredo com prisão e vinte mil escudos de multa. Interpôs recurso, mas o mesmo tribunal, reunido em 10 de Março, confirmou a sentença.
Embarcou, em 8 de Setembro, para Angra do Heroísmo, de onde regressou ao fim de 9 anos, em 9 de Julho de 1943.
Levado para Peniche, só saiu em liberdade condicional em 2 de Abril de 1949. Sujeito a apresentações mensais em Coimbra durante quatro anos, só foi restituído à liberdade definitiva em 23 de Abril de 1953, muito tempo depois de cumprida a pena decretada pelo TME.