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Ditadura

A cultura obrigatória do algodão foi adotada em Angola em março de 1947, quando o governo português atribuiu à Cotonang, um consórcio luso-belga criado em 1926, uma concessão de cerca de 80.000 Km2 na Baixa do Cassange. Em 1960, os camponeses da Baixa do Cassange recusaram receber das empresas sementes de algodão para semearem em janeiro, queimando muitas dessas sementes.
1961
No espaço de dois meses, o governo de Salazar criou formalmente, pela mão do ministro do Ultramar, Adriano Moreira, dois campos de concentração, eufemisticamente denominados "campos de trabalho":
1963-1970
Em 1962, José Martins, um servente prisional do Aljube, foi alvo de um processo pela PIDE. "Um homem humilde e bom – o mais longe possível dos interesses da política – mas que de tanto ver sofrer e de ser obrigado a presenciar calado tantas injustiças acabara por ganhar à polícia uma raiva profunda. Não perdia, por isso, oportunidade de se mostrar solidário com os presos e de lhes prestar, sempre que podia, pequenos serviços, quase só de pura humanidade", como o descreveu um dos que ajudou.
1969
A Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos (CNSPP) foi estabelecida em 1969, com o objectivo de apoiar todos os presos políticos e os seus familiares, tanto portugueses como das colónias, em especial os mais carenciados.
1970 é o ano em que, enfim, o ditador António Oliveira Salazar morre, a 27 de julho, com 81 anos de idade, tendo-lhe sucedido, dois anos antes, Marcelo Caetano. Foi um ano marcado por importantes acontecimentos respeitantes à guerra colonial, que, iniciada em Angola em 1961, se arrastava agora também na Guiné e em Moçambique. No dia 21 de fevereiro de 1970, realizou-se em Lisboa, convocada pelos Comités de Luta Anticolonial (CLACS), uma manifestação contra a guerra colonial, violentamente reprimida.