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Resistência

1954
O Desertor foi escrita por Boris Vian em fevereiro de 1954, com a colaboração de Harold B. Berg - na versão aqui apresentada é o próprio Boris Vian que interpreta a canção. A sua primeira apresentação pública ocorreu no cabaret La Fontaine des Quatre-Saisons, em Paris, pelo cantor de origem argelina Marcel Mouloudji - num espectáculo realizado no dia 7 de maio de 1954, data da humilhante derrota das tropas francesas em Ðiện Biên Phủ, no Vietnam, que apressaria o fim da "Guerra da Indochina".
Uma das "Canções Heróicas" de Fernando Lopes-Graça, sobre versos de José Gomes Ferreira, aqui interpretada pelo Coro Ricercare, fundado pelos maestros Carlos Caires e Paulo Lourenço, e dirigido desde 2001 por Pedro Teixeira.Esta canção constituíu sempre, ao longo da segunda metade do século XX e até aos nossos dias, um importante cântico de mobilização e de luta.
Canção tradicional da Beira Alta, com letra adaptada. A versão aqui apresentada, pela voz de José Afonso, tornou-se um dos principais hinos de luta durante o fascismo, incluindo nas cadeias.Importa registar que também frequentemente lhe eram incorporadas outras estrofes, como "pára-raios na igreja/é para mostrar aos ateus/que o crente por mais que o seja/não tem confiança em Deus".
1941
Le Chant des Partisans é o principal hino da Resistência francesa contra a ocupação nazi, durante a II Guerra Mundial. Criada em 1941 pela compositora francesa Anne Marly, exilada em Londres, foi inspirada em canções da guerra civil russa.  Em 1943, Maurice Druon e Joseph Kessel, também refugiados em Londres, escrevem a versão francesa da letra, enquanto as emissões da BBC para França adotam como indicativo o assobio inicial, que sucede ao cântico nazi.
Canção tradicional italiana, conheceu múltiplas versões, quase todas de resistência aos grandes agrários. No final da II Guerra Mundial, foi adaptada como hino de grupos da Resistência antifascista e divulgada nos Festivais Mundiais da Juventude e dos Estudantes a partir de 1947. O seu êxito alargou-se durante as contestações estudantis e operárias de 1968. Em Portugal, era frequentemente entoada em encontros da juventude estudantil. A versão aqui reproduzida é interpretada por Yves Montand, cantor francês de origem italiana.
O primeiro grande afrontamento entre a resistência republicana e a Ditadura Militar (e o único que verdadeiramente fez tremer a situação), ocorreu no Porto, de 3 a 7 de fevereiro de 1927 – a “Semana Sangrenta” e em Lisboa, de 7 a 9 de fevereiro. (Textos de Luís Farinha) - Ver "Destaques" Siga os vários artigos em "Destaques"
Apesar da derrota sofrida na Revolução de 1927, a «Liga de Defesa da República», sediada em Paris, e o «Bloco das Esquerdas» conseguem assumir, em 1928, um novo combate militar contra a ditadura, a designada "Revolta do Castelo".(Textos de Luís Farinha). Siga os vários artigos em "Destaques".
“A Revolução do Remorso” - assim designou Sarmento Pimental, um dos líderes do Porto – a revolta que saiu à rua em Lisboa no dia 7, quando já se haviam rendido os revolucionários da “Invicta”. E o resultado era evidente: os implicados foram presos e deportados aos milhares e demitidos dos seus cargos públicos ou atirados para o exílio, alguns por muitos anos.
A derrota do republicanismo radical e a abdicação dos “democráticos”, dos nacionalistas e dos liberais – bem como a desistência de ação política dos socialistas -, abriu o caminho aos situacionistas e às correntes mais conservadoras e fascizantes da Ditadura Militar. O que fora uma promessa de “ditadura temporária regeneradora” começava, a pouco e pouco, a configurar a “Ditadura Nacional”.
A derrota militar dos revolucionários permitiu aos chefes militares – Carmona, o Presidente do Governo e Passos e Sousa seu ministro da Guerra – proceder a uma “limpeza” de todos os resquícios revolucionários e ensaiar mesmo uma tentativa de aliciamento do republicanismo moderado.