A violência prisional, as condições de vida no campo de concentração, o isolamento, a deficiente alimentação, a deliberada ausência de tratamento das enfermidades que atacaram os presos, os castigos sucessivos - assim foram reunidas pelos carcereiros as circunstâncias que permitiam cumprir o objetivo de eliminação de muitos dos adversários do regime ditatorial.
Na Fase I do Campo, o regime fascista conduziu à morte no Tarrafal de alguns dos principais dirigentes operários, sobretudo comunistas e anarcosindicalistas, eliminando também homens que se tinham batido na greve geral revolucionária de 18 de janeiro de 1934 e na Revolta dos Marinheiros de 8 de setembro de 1936.
Na Fase II do Campo, o objetivo principal consistia em afastar do seu meio e dos seus companheiros nacionalistas que o regime colonial considerava indesejáveis, deportando-os para onde, na sua maioria, nem as próprias famílias teriam qualquer notícia.
Ao longo dos anos de funcionamento do Campo de Concentração, morreu, em média, um preso por ano, com evidente maior incidência na primeira fase.
Sem nunca terem sido apurados e condenados os responsáveis, julgamos nosso dever prestar sentida homenagem aos companheiros caídos, para que nunca mais surjam novos Tarrafais.
Apresentamos seguidamente os nomes de quantos ali caíram, por ordem cronológica da sua morte: