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Mário Augusto da Silva

Mário Augusto da Silva
17112
Data da primeira prisão

Originário de uma família republicana, Mário Augusto da Silva nasceu a 7 de janeiro de 1901 na freguesia de Almedina, Coimbra, filho de Aurelina Augusta Pimenta e de José Augusto da Silva 
Fez os estudos primários e liceais em Coimbra, destacando-se desde logo pelas altas classificações com que os terminou. Ainda jovem, iniciou a carreira de docente universitário (1921), com a sua nomeação como assistente supranumerário. Em 1923, começou a colaborar no jornal A Cidade, com o propósito de promover a divulgação da Ciência, mas as considerações de carácter científico que fez acerca da génese da vida desencadearam uma celeuma, provocada pela resposta de um dos membros da direção do “Centro Académico de Democracia Cristã” (a que pertenciam Salazar e Cerejeira, futuro cardeal patriarca).
Entre 1921 e 1925 é Assistente da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra e, assim que terminou a licenciatura em Física nessa Faculdade (com 19 valores), parte para Paris e inicia o seu doutoramento, como bolseiro da Faculdade de Ciências de Coimbra, no Instituto do Rádio de Paris, que era então um dos maiores centros mundiais de investigação na área da Física Atómica.
Mário Silva chega a Paris em setembro de 1925, sem carta de apresentação para pessoas ou entidades francesas, nem sequer para o Instituto do Rádio onde era suposto ir trabalhar. À chegada a Paris dirigiu-se a Afonso Costa, o dirigente republicano então aí exilado, para quem levava uma carta de recomendação escrita por Gaspar de Lemos, um democrata da Figueira da Foz, correligionário e grande amigo do seu pai, e que havia sido ministro da Agricultura de um governo presidido por Afonso Costa. Ao saber que o jovem desejava frequentar o Laboratório Curie, Afonso Costa prometeu-lhe, desde logo, que o apresentaria a Paul Langevin, seu grande amigo. Mais tarde, através de Afonso Costa, Mário Silva iria conhecer em Paris outras grandes figuras da democracia portuguesa, como o General Norton de Matos e António Sérgio. 
Entretanto, Mário Silva foi rapidamente recebido por Madame Curie, a quem expôs o seu desejo de preparar uma dissertação de doutoramento. A cientista lamentou que a Universidade de Coimbra não tivesse feito o pedido de inscrição atempadamente (as inscrições para aquele ano académico já se encontravam fechadas) mas, sensibilizada com o entusiasmo pela Ciência do jovem português, não quis que ele tivesse que voltar a Coimbra e aguardasse mais um ano. Por isso, «et pour rendre service à l´Université de Coimbra», admitiu-o, a 7 de outubro de 1925, no seu "Institut du Radium", convidando-o a ajudar o seu assistente, Marcel Laporte, na parte experimental das suas lições. 
Nesse tempo, Madame Curie fazia o curso de radioactividade para os alunos da Faculdade de Ciências da Universidade de Paris. Na falta de um lugar no Laboratório, foi na sua Sala de aula que Madame Curie o instalou para a execução dos seus primeiros trabalhos. Assim se explica, em grande parte, a atenção e o interesse com que ela os seguiu desde o início; e também que ele tivesse ficado em estreita colaboração com a organização do seu curso teórico e que fosse ele a auxiliá-la nas demonstrações experimentais das suas lições, um privilégio em tão extraordinárias aulas.
Mário Silva tinha em curso a preparação da sua tese para doutoramento e, nos primeiros tempos, tinha sentido a falta de preparação científica, especialmente em Física, para acompanhar o ritmo e o alto nível científico do trabalho no Laboratório. [Em 1925, vinte anos após a sua publicação, a Teoria da Relatividade ainda não tinha chegado a Coimbra. Nem uma simples referência lhe havia sido feita durante a sua licenciatura]. Chegou a pensar regressar a Coimbra, mas resistiu e passou a frequentar na Sorbonne e no Collège de France cursos de Física e Matemática. Teve como mestres grandes cientistas como Jean Becquerel, filho do célebre Henri Becquerel, no Curso geral de radioactividade; Paul Langevin em Física; Goursat em Cálculo diferencial e integral; Borel em Cálculo de probabilidades; Hadamart em Análise matemática; Louis de Broglie no Curso de mecânica ondulatória. Assistiu ainda aos cursos de Madame Curie e de Debierne, subdirector do Laboratório Curie.
Não podendo a bolsa portuguesa prolongar-se para além de 1927, a Faculdade de Ciências de Paris atribui-lhe, a pedido de Madame Curie, uma nova bolsa, o que lhe permitiu, em julho de 1929, obter o "Doctorat d´État, ès-sciences" com a dissertação sobre "L'electro-affinité des gaz" pela Universidade de Paris, sendo o Júri constituído pela própria Madame Curie, Jean Perrin e Debierne. A pedido de Madame Curie a sua tese de doutoramento foi publicada nos Annales de Physique.
Durante esses anos, foi colega e amigo de grandes cientistas que, na mesma altura, também preparavam teses de doutoramento: Frédéric Joliot, Iréne Curie, S. Rosenblum, A. Proca, Frilley, Consigny e Jedrzejowski. Conviveu com outras grandes figuras da Ciência, como Paul Langevin, Jean Perrin, Debierne e Holweck. Mário Silva refere, a prpósito: «Conheci Niels Bohr, em Paris, no Instituto do Rádio, onde lhe fui apresentado por Madame Curie, por ocasião das cerimónias académicas comemorativas do primeiro centenário da morte do grande físico francês Fresnel, em 1927. Todos os grandes nomes da Física moderna honraram, com a sua presença, estas cerimónias, como Lorentz, J.J. Thomson e o próprio Einstein». Na verdade, o Instituto do Rádio de Paris era então um dos maiores centros mundiais de investigação na área da Física Atómica. Mário Silva iria, depois, abrir as portas a outros investigadores portugueses que por lá passaram, como foi o caso de Manuel Valadares, outro grande físico português, que em 1947, também seria demitido pelo governo de Salazar.
A carreira científica de Mário Silva, em Paris, revelava-se promissora. Em 1926 foi eleito membro da Societé Française de Physique. Em 1926, 1927 e 1928, foram apresentados à Academia das Ciências de Paris diversos trabalhos científicos da sua autoria, em colaboração com Marcel Laporte, realizados no Instituto do Rádio de Paris e, entre eles, «Mobilité de ions négatifs et courants d´ionisation dans l´argon pur» (1926); «Sur une nouvelle détermination de la periode du Polonium» e «Sur la déformation de la courbe d´ionisation dans l´argon pur par addition d´oxygène» (1927); «Sur l´affinité de l´oxygène pour les électrons» e «Electrons et ions positifs dans l´argon pur» (1928); «Recherches espérimentales sur l´électroaffinité des gaz» (1929).
Entretanto, e por indicação de Madame Curie, aplicou aquele método de ionização do argon à determinação do período de vários elementos radioactivos, nomeadamente ao polónio. Verificou que o valor até então referido na literatura não era correcto. Madame Curie, no seu tratado sobre radioactividade, indica para o período do polónio precisamente o valor determinado por Mário Silva.
Numa altura em que se iam iniciar importantes trabalhos na área da fissão nuclear, Mário Silva é obrigado a regressar, apesar dos apelos feitos à Universidade de Coimbra, por Madame Curie, para que continuasse em Paris. 
No artigo «Velhas Recordações do Laboratório Curie (1925-1930)», publicado na revista «Seara Nova» n.º 1331-1336, de janeiro-abril de 1957, escreveu: «Obtido o desejado Doctorat d´Etat, ès-sciences, com a apresentação de uma dissertação sobre a electroafinidade dos gases, Salomon Rosenblum aconselhou-me a permanecer em Paris onde começava, na verdade, a sentir-se com perfeita nitidez o desabrochar de uma nova era no estudo dos núcleos atómicos. Com os seus trabalhos, Rosenblum dava os primeiros passos, e o seu entusiasmo multiplicava-se em novos projectos de investigação. Por meu lado, enveredei pelo caminho da técnica das altas tensões que então já se mostrava indispensável para o ataque do núcleo atómico. Procurei reproduzir no Laboratório, por via experimental, o mecanismo da formação das trovoadas onde facilmente a Natureza produz tensões da ordem dos milhões de volts, para o que, entre outros dispositivos, me servia de jactos de finíssimas gotículas de mercúrio electrizadas... Estes ensaios tiveram, a breve trecho de ser interrompidos porque de Coimbra começaram a exigir, com uma insistência cada vez mais acentuada, mesmo sem atenderem à opinião em contrário de Madame Curie, o meu imediato regresso a Coimbra... e para quê - santo Deus!... para dar aulas na velha Universidade... Conformei-me e parti, tanto mais que de lá, entretanto, chegava uma notícia agradável... a da criação do Instituto do Rádio de Coimbra..»
Quando regressa, é nomeado Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.
A década de 30 irá ser para Mário Silva uma fase de grande labor, ao serviço da ciência, da investigação, da Física e da inovação. Porém, nem sempre bem-sucedida. Inicia importantes trabalhos com vista ao estudo dos núcleos atómicos, que seriam interrompidos por exigência da Universidade de Coimbra. Era então bolseiro da Universidade de Paris, e recebera, a pedido de Madame Curie, a bolsa Arconatti-Visconti, para trabalhos de investigação científica em França.
Em 1930 obtém uma bolsa da Junta de Educação Nacional para trabalhos de investigação científica no país. Apresenta um trabalho pioneiro sobre radioactividade em Portugal, “ La Radioactivité des Gaz Spontanés de la Source de Luso”, no congresso de Hidrologia, Climatologia e Ciências Médicas realizado em 1930, um trabalho publicado na Revista da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.
Em 1931, com o Professor de Medicina Álvaro de Matos, cria o Instituto do Rádio de Coimbra. Apesar de pronto a funcionar, aquele que poderia ter sido o primeiro Instituto de Física Nuclear e o primeiro Instituto de Oncologia, em Portugal, nunca foi oficializado, apesar de a própria Madame Curie ter aceitado vir à sua inauguração e de Salomon Rosenblum ter encarado a hipótese de vir trabalhar para Portugal.
Os acontecimentos relacionados com o projetado Instituto do Rádio de Coimbra marcariam para sempre Mário Silva. Num artigo, que corajosamente publicou, no Jornal Notícias de Coimbra em 1938, lembrava: «No meu tempo, o Instituto de Rádio de Paris era um pequeno mundo onde se falavam quase todas as línguas; eu era o único português, mas havia, além de franceses, russos, polacos, sérvios, romenos, eslavos, suíços e japoneses... No dia do exame de doutoramento de um investigador do Laboratório, Madame Curie, à sua custa, dava uma festa em honra do novo doutor, durante a qual era da praxe que ela fizesse um discurso de elogio das investigações e dos resultados obtidos. Todos os investigadores do Laboratório se associavam à festa e a aspiração de cada um era, mais do que o doutoramento, a festa e o elogio de Madame Curie. Foi também essa a minha aspiração durante os quatro anos do meu estágio, aspiração que eu tive a felicidade de ver realizada. Dessa festa conservo, contudo, uma recordação que me entristece hoje (1938)... É que Madame Curie, no final do seu discurso, ao formular alguns votos, não esqueceu a Universidade de Coimbra. Fecho os olhos e ainda a vejo, com a sua taça erguida, saudar o país distante que lhe tinha dado a alegria de fundar um Instituto do Rádio, lembrando mais uma vez que seria com alegria que viria visitar-nos para assistir à sua inauguração. Mal diria eu então, ao agradecer comovido a saudação, que os anos iriam passar uns após outros, vazios e inúteis por deliberada e malévola intenção de responsáveis que a História um dia há-de severamente julgar, que o Instituto do Rádio de Coimbra acabaria por ser esquecido, lamentavelmente, pela própria Universidade, e que nós todos, nesta Coimbra sempre desprezada, neste velho burgo em que nascemos, nunca teríamos o orgulho de receber e festejar aqui essa gentilíssima figura de mulher e genial cientista que foi Madame Curie».
Mário Silva presta entretanto provas públicas para Professor Catedrático de Física da Universidade de Coimbra, com a tese “Sobre dois Métodos de Determinação da Probabilidade - h - de Thomson”, e é já como Professor Catedrático que será nomeado para Diretor do Laboratório de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra em Novembro de 1931. Publica na Revista da Faculdade de Ciências: “Sur une Méthode de Détermination de la Vie Moyene d´un Ion Négatif” e, em 1932, publica o livro Lições de Física para Uso dos Alunos do Curso de Preparatórios Médicos da Faculdade de Ciências e o artigo “Newton, Esperimentador”. E, no ano seguinte, publica “Sur la Charge Électrique du Recul Radioactif, Les valeurs Absolus de la Mobilité des Ions Gazeux dans les Gaz Purs e L´Ionisation dans l´Hydrogène trés pur”.
Em 1934, inicia a recuperação do espólio que pertenceu ao primeiro Gabinete de Física Experimental, criado pela grande reforma pombalina de 1772. Em 1938 apresenta à Academia das Ciências de Lisboa a comunicação Um Novo Museu em Coimbra: O Museu Pombalino de Física da Faculdade de Ciências de Coimbra , posteriormente publicada na Revista da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra. Em 1939 o Museu Pombalino de Física era uma realidade e cientistas de renome que o visitaram ficaram surpreendidos pela diversidade, pela originalidade e pela riqueza artística da preciosa colecção de instrumentos científicos
Com Teixeira Lopes seu assistente, e Armando Lacerda, director do Laboratório de Fonética Experimental da Faculdade de Letras, lança em 1933 a primeira emissora de rádio do país, a projetada «Emissora Universitária de Coimbra», mas vê o projeto ser abandonado. Cria e dinamiza o Rádio Clube do Centro de Portugal. 
Em 1934, inicia a recuperação do espólio que pertencera ao primeiro Gabinete de Física Experimental, criado pela grande reforma pombalina de 1772. Em 1937, publica o livro didáctico Lições de Física. Em 1938 apresenta à Academia das Ciências de Lisboa a comunicação Um Novo Museu em Coimbra: O Museu Pombalino de Física da Faculdade de Ciências de Coimbra, posteriormente publicada na Revista da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra. Em 1939, o Museu Pombalino de Física era uma realidade e cientistas de renome que o visitaram ficaram surpreendidos pela diversidade, pela originalidade e pela riqueza artística da preciosa coleção de instrumentos científicos.
Em 1940, publica Lições de Física e apresenta uma comunicação ao Congresso da História da Atividade Científica Portuguesa, realizado em Coimbra: “A Atividade Científica dos Primeiros Diretores do Gabinete de Física que a Reforma Pombalina criou em Coimbra em 1772”.
Em 1941 foi eleito membro da American Physical Society e nomeado Secretário da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra. Em 1942 profere a Oração de Sapiência na abertura do ano lectivo de 1942-43, a que deu o título de “Elogio da Ciência”.
Nos anos seguintes, até 1945, publica numerosos estudos sobre Física, com destaque para Teoria do Campo Electromagnético (“Le Champ Electromagnétique Variable”, em colaboração com o físico austríaco Guido Beck, um dos físicos de renome mundial que, durante a II Guerra Mundial, passaram por Coimbra, fugidos ao regime nazi.
Em 1943, aderiu ao MUNAF (Movimento de Unidade Nacional Antifascista), tendo representado o distrito de Coimbra no respetivo Conselho Nacional. Ligar-se-ia depois ao MUD e, em outubro de 1945, foi membro ativo da respetiva Comissão Distrital de Coimbra – em 1946, era Vice-Presidente da Comissão Distrital de Coimbra do Movimento de Unidade Democrática.
A 21 de agosto de 1946, a Sub-Diretoria do Porto da PIDE irá prendê-lo por alegadas “actividades subversivas”, sendo “restituído à liberdade” em 12-10-1946.
Menos de um ano depois, com data de 14 de junho de 1947, Salazar decide mandar aplicar  a onze militares e a vinte e um investigadores e docentes universitários o famigerado Decreto-Lei n.º 25317, de 13 de Maio de 1935, que mandava “aposentar, reformar ou demitir os funcionários ou empregados, civis ou militares, que tenham revelado ou revelem espírito de oposição aos princípios fundamentais da Constituïção Política ou não dêem garantia de cooperar na realização dos fins superiores do Estado”, ou seja, quem não apoiasse a “situação”.

Desse modo, o Conselho de Ministros manda, entre outros visados, considerar abrangido no artigo 1.º do decreto-lei n.º 25 317, de 13 de maio de 1935, devendo consequentemente ser aposentado (ou demitido, se não tiver direito a aposentação) o Dr. Mário Augusto da Silva, professor catedrático da Faculdade de Ciências de Coimbra.

Recorreu da decisão que o afastava da sua cátedra, mas sem resultado e foi aposentado compulsivamente (despacho da Caixa Geral de Aposentações de 24 de abril de 1948). 
Como a reforma a que tinha direito não começou a ser paga imediatamente, viu-se obrigado a trabalhar como vendedor de diversas firmas comerciais. Ainda em 1947, começou a trabalhar com a secção portuguesa de uma multinacional holandesa, a Philips, e em janeiro de 1950, foi nomeado seu "Consultor Científico". Aí se manteve durante alguns anos, apesar de uma tentativa do ministro da Educação, Pires de Lima, para que a empresa o afastasse, o que não conseguiu.
Com a ilegalização do MUD, voltaria a ser preso, mas, encontrando-se doente, ficou em prisão domiciliária, durante cerca de três semanas.
Em 1949, colaborou na campanha do general Norton de Matos às eleições presidenciais e, em 1958, foi convidado a fazer parte da comissão nacional pró-candidatura à Presidência da República do eng. Cunha Leal, que acabou por não aceitar ser candidato.
Depois das eleições de 1958, juntou-se à Acção Democrato-Social, de cuja comissão distrital de Coimbra foi membro.
Em 1961 foi candidato da oposição à Assembleia Nacional.
Em 1966, reformou-se da Philips Portuguesa.
Em 1967 foi convidado oficialmente pelo governo francês para assistir ao primeiro centenário do nascimento de Madame Curie.
Em Agosto de 1968 fez parte da «comissão de auxílio ao dr. Mário Soares», constituída na sequência da sua deportação para S. Tomé, e, mais tarde, filiou-se no Partido Socialista.
Em 1971 é nomeado Presidente da Comissão de Planeamento do Museu Nacional da Ciência e da Técnica, por despacho do Ministro da Educação Nacional, Veiga Simão.
Em fevereiro de 1976, foi reintegrado como professor catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e, em novembro do mesmo ano, a Câmara Municipal de Coimbra conferiu-lhe a Medalha da Cidade.
Ainda em 1976, é finalmente oficializado o Museu Nacional da Ciência e da Técnica através do Decreto-Lei nº 347 de 12 de maio de 1976, e Mário Silva é nomeado seu Diretor. Pelo trabalho de recuperação que o levou à criação do Museu Pombalino foi-lhe atribuído um louvor público.
Mário Augusto da Silva morreu em Coimbra a 13 de julho de 1977, sem ver concretizado o sonho com que vivera os seus últimos anos de vida, o Museu de Física da Universidade de Coimbra.
Foi um exemplo para várias gerações, como cientista e, também, pela luta que travou na resistência contra o regime do Estado Novo. É uma referência de cidadania, quer na defesa dos valores da liberdade e da democracia, quer pelo que contribuiu, com o seu saber e dedicação sem limites, para o conhecimento científico e para a Ciência pura e aplicada.
 

REFERÊNCIAS